É uma tragédia a organização da Copa do Mundo no Brasil, em contraste com as demandas sociais e as necessidades da população, o que causa revolta na maioria dos brasileiros. Quem afirma é o senador Alvaro Dias, que, em pronunciamento no Plenário, nesta quinta-feira (13), revelou seu espanto com algumas informações que surgiram na audiência pública realizada da Comissão de Educação, na última terça-feira (11), para debater a situação das obras para a Copa, principalmente em relação aos gastos para a competição. Para Alvaro Dias, a organização desta competição se descortina em um monumental escândalo de corrupção, em nome de um evento que está transformando o Brasil no paraíso do superfaturamento.

“O debate foi importante, já que o que se descortina a nossa frente é um monumental escândalo de corrupção em nome de uma Copa do Mundo a se realizar no Brasil. É a transformação do nosso País no paraíso do superfaturamento. E é evidente que o noticiário internacional dá conta de que os dirigentes da FIFA se arrependem amargamente de ter escolhido o Brasil para sediar essa Copa. Chegam a afirmar nos bastidores da entidade que provavelmente será a pior Copa da história em matéria de organização e resultados. Mas a Copa é o maior espetáculo midiático do mundo, que está sendo pessimamente aproveitado pelo Brasil. Desejaram a realização da Copa do Mundo, mas não souberam o que fazer com essa primazia e estão desperdiçando uma oportunidade preciosa de demonstrar competência, capacidade de organização e, sobretudo, capacidade de vender bem uma imagem positiva do nosso País”, disse o senador Alvaro Dias no Plenário.

No seu discurso, Alvaro Dias citou alguns dos dados colhidos na audiência pública e que, para ele, traduzem o desperdício de dinheiro e os gastos exorbitantes nos preparativos do evento:

– Enquanto o custo por assento na África do Sul foi de R$ 5.535,80 e na Alemanha de R$ 5.497,02, o custo por assento no Brasil é de R$ 11.803,08.
– Com relação às obras de mobilidade urbana financiadas pela Caixa Econômica Federal no corrente ano, da promessa inicial de serem realizadas 41 intervenções urbanas nas cidades-sede da Copa, apenas 31 foram efetivamente esboçadas, e dessas, uma foi de fato concluída; cinco tiveram mais de 75% de desembolso para sua realização; sete tiveram entre 50% e 75% de desembolso; 13 estão atualmente com menos de 50% de desembolso; por fim, cinco obras nem mesmo foram iniciadas, muito menos receberam recursos.
– O gasto máximo previsto inicialmente com os 12 estádios das cidades-sede era R$ 2,8 bilhões. Entretanto hoje já se encontra em R$ 8,5 bilhões, ou seja, um aumento de 240% no gasto com estádios. Somente o estádio de Brasília se aproxima de um gasto final de R$ 2 bilhões.

“Os números que apresentamos aqui no Plenário revelam: o Brasil é o campeão de superfaturamento. Na Copa do superfaturamento, o Brasil já é campeão. Não se discute mais; não há mais nenhum jogo a realizar. Já jogamos o jogo da corrupção e o do superfaturamento; o Brasil é campeão disparado”, afirmou o senador Alvaro Dias.