Ex-dirigentes de clubes de futebol e entidades desportivas profissionais passarão a ser responsabilizados e receber as sanções civis previstas na Lei Pelé por dívidas temerárias assumidas em seus mandatos e deixadas para os seus sucessores. É o que prevê o PLS 429/2012, relatado por Alvaro Dias e que foi aprovado na manhã desta quarta-feira no Senado. Alvaro Dias, em seu parecer ao projeto do senador Vital do Rego (PMDB-PB), ressaltou que além de contribuir para evitar que dirigentes deixem dívidas insolvíveis e arrombem o caixa dos clubes, a proposta ainda vai impedir que os atuais diretores e presidentes utilizem créditos antecipados de forma irresponsável, sem que sejam posteriormente responsabilizados judicialmente. O senador destacou que maus gestores têm sido afastados ou respondem a processos judiciais em decorrência da atuação do Parlamento, com a realização da CPI do Futebol que levou à aprovação do Estatuto do Torcedor e da Lei de Responsabilidade do Desporto. “Até a CPI, os dirigentes esportivos estavam acima do bem e do mal, a legislação para eles não existia, estavam imunes à responsabilização civil e criminal. Arrebentavam os cofres dos clubes e iam para casa sem que nada ocorresse. Dirigentes corruptos, entre eles o mais popular de todos, o ex-presidente da CBF, eram até homenageados e nenhuma punição os alcançava. Este proposta vem se somar aos avanços conquistados com a CPI do Futebol, com objetivo de inibir a corrupção e os desmandos por parte de dirigentes do desporto nacional”, afirmou o senador. Como o parecer do senador foi votado em caráter terminativo, o projeto segue agora para a Câmara dos Deputados.