A matéria de capa da revista Veja deste fim de semana traz a revelação de como funciona a rede de corrupção do empresário Adir Assad, conhecido como “rei dos laranjas” e dos caixas de campanha. De acordo com a reportagem da revista, o empresário-fantasma faturou cerca de R$ 1 bilhão com a corrupção e o financiamento clandestino de candidatos. Entre os clientes de Assad, como afirma a revista, estão as maiores empreiteiras do país, bancos, consórcios, consultorias, concessionárias e pessoas relacionados com o poder. Diz a Veja que o faturamento das empresas de Adir Assad cresceu 574 vezes em quatro anos. A revista também mergulha no relacionamento do empresário com a Delta, de Fernando Cavendish, e mostra porque ele é um dos personagens centrais do escândalo Cachoeira.

Na CPI do caso Cachoeira, o senador Alvaro Dias apresentou requerimentos tanto de convocação do empresário Adir Assad como de quebra de seus sigilos fiscal, bancário e telefônico. O senador também requereu que o Coaf enviasse à CPI os relatórios com informações sobre as movimentações consideradas atípicas do empresário. Os membros da CPI aprovaram os requerimentos, e os relatórios indicaram que os repasses de recursos públicos pagos à construtora Delta eram repassados para diversas empresas de fachada criadas por Adir Assad. Atendendo requerimento de Alvaro Dias, Assad foi convocado à CPI, mas munido de um habeas corpus do STF, o empresário, ao comparecer à comissão, permaneceu em silêncio e foi rapidamente liberado pelo presidente. “Pela máquina de lavar de Assad passaram muitas empresas, empreiteiras e políticos”, disse o senador.