O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que em alguns dias deixará o cargo para se candidatar ao governo de São Paulo, usou uma campanha de vacinação contra o HPV da sua pasta para fazer um pronunciamento em cadeia de rádio e televisão. O ministro falou durante quatro minutos no horário nobre da TV, às 20hs30. Padilha, vestindo inclusive gravata vermelha, falou mais das suas realizações como ministro do que propriamente da campanha de vacinação. Na sua fala, Alexandre Padilha citou o programa “Saúde Não Tem Preço”, que distribui medicamentos gratuitamente, e destacou aquele que deve ser um dos carros-chefes de sua campanha: o programa Mais Médicos. Padilha apresentou os números do programa com pinta de candidato: “Tudo isso mostra o quanto o governo federal vem trabalhando para melhorar, ampliar e modernizar os serviços de saúde que presta à população”, disse ele.
Um dia depois do pronunciamento, o jornal “Folha de S.Paulo”, nesta quinta-feira, revela que o ministro da Saúde assinou convênio de R$ 199,8 mil com uma entidade da qual o seu pai é sócio e fundador. No dia 28 de dezembro, a ONG do pai do ministro Padilha, a Koinonia-Presença Ecumênica e Serviço, firmou acordo com o Ministério da Saúde para executar “ações de promoção e prevenção de vigilância em saúde”. O convênio prevê, até dezembro, a capacitação de 60 jovens e a formação de outros 30. Por meio de palestras, aulas e jogos, eles serão treinados sobre como evitar e tratar doenças sexualmente transmissíveis, como Aids. Segundo a “Folha”, apesar de a entidade ter representação no Rio, em Salvador e em São Paulo, o projeto que conta com verba do Ministério da Saúde será executado somente na capital paulista, como atestam funcionários da Koinonia.
A reportagem da Folha de S.Paulo revela ainda que na gestão de Padilha na Saúde, além do convênio assinado em dezembro, a ONG Koinonia também firmou um termo de compromisso de R$ 60 mil para promoção de um seminário em 2011. No final de 2013, a entidade assinou convênio com o Ministério da Justiça no valor de R$ 262,1 mil para colher depoimentos e fazer documentários, site e livro sobre a participação protestante na luta contra a ditadura militar.
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(Postado por Eduardo Mota – Assessoria de Imprensa)