Na semana passada, ao participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, a presidente Dilma Rousseff prometeu maior rigor fiscal e monetário em sua administração no ano de 2014, e disse que fixará uma meta de superávit primário suficiente para manter a dívida pública (que já ultrapassou os dois trilhões) sob controle. O discurso da presidente não chegou a convencer o mercado, e o jornal britânico Financial Times chegou a dizer que o Brasil saiu como o “grande perdedor” do encontro de Davos. E diante das dúvidas sobre a meta fiscal do governo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que os compromissos que Dilma assumiu em Davos (meta de inflação de 4,5% e superávit primário consistente com a redução do endividamento público) são “irredutíveis”.

As dúvidas do mercado e investidores sobre a capacidade do governo de cumprir suas metas em 2014 se acentuaram nesta sexta-feira, com a divulgação, pelo Banco Central, do resultado do superávit primário em 2013. De acordo com o BC, o setor público consolidado apresentou superávit primário de R$ 91,306 bilhões no ano passado, o que representa 1,90% do PIB. O resultado ficou bem abaixo do que foi prometido pelo governo. No início de 2013, a meta de superávit primário estabelecida pela equipe econômica de Dilma era de 3,1% do PIB. Esse objetivo foi revisado posteriormente para 2,3% do PIB.

O superávit primário é o saldo positivo entre as receitas e as despesas do governo central, excluindo da conta os gastos com o pagamento de juros da dívida pública. No caso do setor público consolidado, considera as contas do governo central, de governos regionais e das empresas estatais. O valor absoluto alcançado é o menor desde 2009, quando foi de R$ 64,8 bilhões. O porcentual alcançado de 1,90% é mais baixo da série histórica, que começa em dezembro de 2001. Em 2012, houve superávit de R$ 104,951 bilhões (2,39% do PIB).

(Postado por Eduardo Mota – Assessoria de Imprensa)