Enquanto o porto cubano de Mariel recebeu financiamentos do governo Dilma, via BNDES, de cerca de R$ 1,6 bilhão (US$ 682 milhões), as Companhias Docas, responsáveis por estatais que administram 18 dos 34 portos brasileiros, investiram apenas 28,3% dos recursos previstos para 2013. O percentual equivale a R$ 470,7 milhões liberados pelo governo do total de R$ 1,7 bilhão autorizado no Orçamento da União. O cálculo foi divulgado pelo site Contas Abertas, que verificou que o montante aplicado pelo governo Dilma nos portos brasileiros equivale a apenas 29,4% do que foi enviado para financiar a construção do porto cubano.
A reportagem do site Contas Abertas questionou a Secretaria de Portos da Presidência da República, responsável pelos investimentos das Companhias Docas, sobre o porquê da demora na liberação dos recursos, mas a Pasta não se pronunciou. Em discursos no Plenário, o senador Alvaro Dias criticou duramente o investimento do governo brasileiro no porto de Mariel, e disse que os recursos aplicados na ilha caribenha e na Venezuela desfalcam os investimentos para obras estruturantes no Brasil, em especial as de mobilidade urbana nas grandes metrópoles. E, pior, como lembra Alvaro Dias: os detalhes da operação de empréstimo do governo, via BNDES, para Cuba, só poderão ser conhecidos a partir de 2027, dois anos antes do prazo final para que o país governado pela ditadura dos irmãos Castro, a rigor, quite a dívida. Isto porque o governo Dilma impôs a tarja de sigiloso para os empréstimos para Cuba, países africanos e da América do Sul.
“Esses são recursos que estão indo para Cuba pertencem aos trabalhadores brasileiros, são retirados da nossa população com juros subsidiados para outros povos de outros países. O governo não tem esse direito. E nós sabemos que esse dinheiro não vai voltar. Daqui a alguns anos o Palácio do Planalto vai enviar ao Congresso um projeto pedindo o perdão das dívidas de Cuba, da mesma forma que fez para obter o perdão das dívidas de ditaduras africanas com o Brasil”, disse recentemente o senador Alvaro Dias.