Segundo reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal Valor Econômico, o risco de o Brasil ser obrigado a racionar energia neste ano já supera 40%, pelos cálculos da consultoria PSR. O estudo realizado pela PSR mostra que se a entrada de água nos reservatórios em março e abril não alcançar 77% da média histórica para o período, o país terá que economizar ao menos 4% da energia demandada, o suficiente para suprir a demanda da cidade de São Paulo.
No Senado, Alvaro Dias, ao falar sobre os apagões que ocorrem quase que diariamente nas cidades brasileiras, afirmou que o governo Dilma tem errado sistematicamente em matéria de investimentos no setor energético, especialmente no que diz respeito às linhas de transmissão. O senador disse que falta, sobretudo, investimentos governamentais que atendam às regiões mais populosas, exatamente onde ocorrem com mais assiduidade os apagões.
“As medidas preventivas no setor elétrico não foram adotadas em tempo, em que pese declarações da então ministra Dilma Rousseff, de que apagão no Brasil era coisa do passado. Isso não pode ser esquecido. Taxativamente, a então ministra Dilma afirmava que jamais teríamos apagões no Brasil, porque o governo estava adotando as medidas preventivas necessárias. A realidade desmente o discurso da ex-ministra, mas há que se constatar também que o setor de energia não se apresenta com a competência necessária porque há aparelhamento, como em todas as áreas do governo, que atende apenas ao interesse político-partidário. O loteamento dos cargos pelo PT também foi feito nesse setor essencial para o desenvolvimento do País e para a vida dos brasileiros, que é o setor de energia. Com isso, os quadros técnicos ficaram comprometidos, assim como houve comprometimento da qualidade de gestão no setor. O que há da parte do governo brasileiro é uma inversão de prioridades que não pode ser ignorada”, disse o senador Alvaro Dias.