Documentos inéditos, divulgados nesta quarta-feira (19) pelo jornal Estado de S.Paulo, revelam que a presidente Dilma Rousseff votou favoravelmente, em 2006, pela compra de 50% da polêmica refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), pela Petrobras. A operação, denunciada em 2012, e que gerou prejuízo de US$ 1,186 bilhão para a estatal brasileira, levou o senador Alvaro Dias a ingressar, em dezembro de 2012, com representação na Procuradoria-Geral da República e com pedido de no Tribunal de Contas da União, pedindo que fosse instaurada investigação a respeito da desastrada compra da refinaria pela Petrobras, um negócio suspeito, que causou prejuízo bilionário e que em nenhum momento se justificava. Como afirmou Alvaro Dias em seu requerimento, a Pasadena era, na época da compra, uma refinaria “antiquada, velha, defasada, com baixa capacidade de produção e despreparada para processar o petróleo brasileiro”. Atendendo requisição de Alvaro Dias, a Procuradoria Geral da República e o Tribunal de Contas da União iniciaram procedimentos e passaram a investigar a operação.

Na representação que apresentou na PGR, e em diversos pronunciamentos que fez no Plenário, o senador Alvaro Dias denunciou o caráter suspeito da operação de compra da Pasadena. A estatal autorizou a compra da refinaria no Texas pelo valor inicial de US$ 42 milhões por uma empresa belga cujo representante comercial era um ex-funcionário da Petrobras. Posteriormente, 50% das ações da Pasadena foram repassadas para a estatal brasileira por US$ 360 milhões. Após desentendimento judicial, a empresa belga acionou a justiça americana, que exigiu que a Petrobras comprasse os outros 50%, forçando a estatal a pagar US$ 839 milhões no negócio, gerando o prejuízo bilionário. Como destaca o “Estadão” nesta quarta-feira, Dilma autorizou a operação porque, à época, era ministra da Casa Civil e comandava o Conselho de Administração da Petrobrás. Ao jornal, ao justificar sua decisão, a presidente disse que só apoiou a medida porque recebeu “informações incompletas” de um parecer “técnica e juridicamente falho”. Foi sua primeira manifestação pública sobre o tema.

No Plenário do Senado, em fevereiro de 2013, o senador Alvaro Dias já havia alertado que a decisão de compra da refinaria norte-americana tinha sido autorizada pela então ministra Dilma Rousseff.

“É mais um capítulo na história dos ladrões da República. É roubo. É assalto ao dinheiro público. E não se pode esquecer que a compra de uma refinaria velha e arcaica pela Petrobras, com prejuízo bilionário para os cofres públicos, teve anuência da presidente Dilma Roussef. Na verdade, a compra da refinaria foi uma ação corrupta com objetivo de enriquecimento ilícito de algumas pessoas, e não será esquecida pela autoridade judiciária”, disse Alvaro Dias.