O senador Alvaro Dias costuma afirmar que “o escândalo de ontem é esquecido pelo de hoje, que por sua vez espera o de amanhã para ser esquecido”. Um exemplo disso é o escândalo promovido pela empresa Delta Construções, que provocou a criação de uma CPI no Congresso, abertura de inquéritos no Ministério Público e na Polícia Federal, para investigar as denúncias de que a Delta teria desviado mais de R$ 500 milhões de dinheiro público para empresas fantasmas, algumas delas lideradas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira. Os negócios escusos da Delta continuam sendo investigados, mas a empresa não deixou de receber dinheiro do governo. De acordo com o site Contas Abertas, a Delta Construções, suspeita de corromper servidores do DNIT, voltou a poder participar de novas licitações da administração pública.

A matéria do site Contas Abertas afirma que, além de já ter ganhado novas licitações, os repasses para a Delta também aumentaram neste começo de ano. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2014, a empresa recebeu R$ 47,4 milhões da União. O valor é 149% maior do que os R$ 18,9 milhões repassados no mesmo período de 2013. O Contas Abertas afirma que apesar de a empresa estar desde junho de 2012 no Cadastro de Empresas Inidôneas da Controladoria-Geral da Unnão, a Delta recebeu, no ano passado inteiro, R$ 310,6 milhões em repasses do governo federal. A rigor, por estar inscrita no cadastro da CGU, a Delta não poderia participar de licitações ou celebrar contratos com a administração pública. A empresa se defende afirmando que uma liminar do Superior Tribunal de Justiça, de janeiro deste ano, retirou a empresa do cadastro. A medida do Tribunal, no entanto, é passível de revisão e é provisória.

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