O senador Alvaro Dias defendeu, na Tribuna, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigue denúncias relacionadas à Petrobras, como a de que membros da empresa receberam propina de uma empresa holandesa, as suspeitas que pesam sobre a compra de uma refinaria nos Estados Unidos, o superfaturamento nas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, entre outras. Alvaro Dias informou no Plenário que nesta terça-feira (25) o PSDB vai se reunir com outros partidos de oposição para decidir que estratégia adotar em relação ao caso. A sugestão dele é que se tente instalar uma CPI mista ou uma CPI no Senado. Para isso, já tem inclusive os requerimentos prontos, faltando apenas o início da coleta de assinaturas.
“Nós temos que defender a instalação de uma CPI no Parlamento brasileiro. Nós não podemos ficar assistindo à eclosão dos escândalos que revoltam a gente decente deste País. A CPI é uma investigação política que complementa a judiciária e propõe transparência aos atos que estão sendo praticados. E, neste caso, sobretudo, oferece oportunidade de um grande debate sobre a Petrobras. Esse debate é imprescindível. Essa empresa está sendo assaltada há um bom tempo. Ela era a 12ª maior empresa do mundo. Hoje, o seu lugar é o 120º entre as empresas no mundo. Essa empresa, de saúde financeira inabalável, hoje tem uma dívida de mais de US$100 bilhões e é a empresa mais endividada no mundo! E a administração dessa empresa vem produzindo escândalos em série”, enfatizou o senador.
No seu pronunciamento, Alvaro Dias lembrou que o Senado já teve, em 2009, uma CPI sobre a Petrobrás e que as investigações foram inviabilizadas e “tratoradas” pelo governo. “Aquela CPI foi transformada em palco para narrativas técnicas e conceituais, passando ao largo das denúncias. Em reação, a oposição anunciou, no dia 10 de novembro de 2009, sua retirada definitiva da comissão, sem, no entanto, abdicar do dever de apurar as denúncias que ensejaram a criação da CPI”, disse o senador. Ele destacou ainda que após ter se retirado da CPI, encaminhou 18 representações ao Ministério Público, “enfeixando uma espécie de relatório final paralelo antecipado da oposição, com o intuito de contribuir para o esclarecimento de pontos tão controvertidos da gestão à época da Petrobras”, completou.