“O governo está querendo misturar água com óleo, está querendo confundir petróleo com trem, a Petrobras com o metrô, mas não para apurar denúncias gravíssimas e sim inviabilizar as investigações, para acobertar aqueles que são responsáveis por ilícitos praticados”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, no Plenário, ao rechaçar a tentativa de parlamentares governistas de tentar inviabilizar a criação da CPI da Petrobras. Após a leitura do requerimento inicial de criação da comissão parlamentar de inquérito, lideranças do PT apresentaram questão de ordem solicitando o indeferimento do documento assinado por 30 senadores, que solicita a instalação da CPI. E logo após o pedido, os governistas apresentaram requerimento de criação de outra CPI, para investigar a Petrobras e também denúncias de cartelização que envolvem a empresa Siemens em licitações com governos estaduais.

Para Alvaro Dias, a estratégia do governo Dilma tem por objetivo desviar o foco e inviabilizar as investigações sobre a Petrobras. O senador criticou duramente os que querem acobertar diretores da Petrobras que dilapidaram o patrimônio da empresa, levando ela a cair do posto de 12ª maior empresa do mundo para apenas a 120ª.

“É evidente que o Congresso tem que debater com profundidade os negócios escusos da Petrobras. E essa investigação não tem por objetivo atingir a empresa, mas para alcançar aqueles que eventualmente sejam os responsáveis pela dilapidação do seu patrimônio, para responsabilização criminal daqueles que cometeram delitos e que lastimavelmente valeram-se das funções que exerceram na busca do enriquecimento ilícito, praticando deslavada corrupção. O governo, propondo outra CPI, quer não apenas inviabilizar as investigações, mas acobertar os responsáveis pelas falcatruas. O governo não deseja punir, mas proteger aqueles que eventualmente possam ser responsabilizados pela prática de corrupção”, afirmou o senador Alvaro Dias.