A Comissão de Direitos Humanos realizou nesta quarta-feira (02) audiência pública com representantes de entidades de defesa dos direitos dos autistas. No encontro, eles reclamaram da falta de políticas públicas voltadas a atender as pessoas que possuem este transtorno, afirmaram que os Centros de Assistência Psicossocial, previstos na legislação, não são adequados para o atendimento de pessoas com autismo.

Para a presidenta da Associação Brasileira de Autismo, Marisa Furia Silva, o autismo ainda é um assunto pouco abordado, sobretudo no Brasil. Mãe de um rapaz de 36 anos com a síndrome, ela lembra que, depois do diagnóstico, houve pouca informação sobre como lidar com o filho. “Não tínhamos internet nem literatura sobre o assunto. Era uma época difícil. Não se sabia o que fazer.”

Marisa também acredita que a maior parte das pessoas diagnosticadas com autismo no país está sem atendimento. Segundo ela, o avanço no diagnóstico precoce não basta. É preciso ampliar a rede de apoio e de atendimento à criança e à família.

“A gente tem que pensar que é para a vida toda. Temos muitos adultos comprometidos hoje e a esperança é que, no futuro, isso não aconteça. O prognóstico de uma criança é muito melhor”, destacou. “Estamos em um momento em que já se tem documentos e parâmetros para o diagnóstico. Agora, temos que ter tratamento”, destacou.