O senador Alvaro Dias, apesar de votar favoravelmente ao projeto que altera a legislação para vedar doações de pessoas jurídicas para campanhas eleitorais, disse desacreditar que o projeto avançará no Congresso. O senador lembrou que diversas proposições sobre reforma política foram aprovadas nos últimos anos nas duas casas do Congresso, mas todas acabaram sendo arquivadas depois de um longo tempo de tramitação.

Para Alvaro Dias, uma verdadeira mudança na lei eleitoral, capaz de resultar em avanços e diminuir a influência do balcão de negócios na composição de alianças político-partidárias, precisaria ser feita tanto na distribuição do tempo de televisão como no fortalecimento dos mecanismos de fiscalização e controle.

“Para reduzir os altos índices de corrupção no sistema político-eleitoral é preciso aperfeiçoar os mecanismos de fiscalização e controle, pois, do contrário, a proposta será inócua e não acabará com o caixa 2. Mais importante que modificar a questão do financiamento de campanha é acabar com o atual processo de barganha com o tempo de televisão que cada partido possui. Os partidos, que deveriam ter como patrimônio seus eleitores e seus programas, negociam participação nas coligações se utilizando de seu tempo de TV, o que estimula a manutenção da política como um mero balcão de negócios. Mas é importante ter em mente que este Congresso não tem condições de realizar qualquer reforma política. Apenas um novo Congresso, legitimado pelas urnas, pode ter o compromisso de discutir uma reforma ampla e verdadeira”, afirmou o senador.