Em pronunciamento transmitido em rede de rádio e TV para comemorar o Dia de Trabalho, em 30 de abril de 2012, a presidente Dilma disse ser “inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo”. Naquele pronunciamento, a presidente anunciou a redução de juros por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal para pressionar os bancos privados na mesma direção. Alguns meses antes, o Banco Central havia iniciado, por pressão do Palácio do Planalto, trajetória de redução da taxa básica de juros, que se encontrava na casa de 12,50%. De julho de 2011 a outubro de 2012, foram feitas diversas reduções na taxa Selic, que caiu para 7,25%, o menor patamar histórico e que se manteve por sete meses. Em maio de 2013, a uma plateia formada por empresários, a presidente Dilma disse que o Brasil possuía juros “em nível civilizado” e que a inflação estava sob controle. Naquele mesmo período, o BC iniciava o chamado “ciclo de alta” dos juros, movimento que não parou mais e culminou, nesta quarta-feira (2), com o nono aumento na taxa básica da economia brasileira. Com a subida de 0,25% decidida nesta última reunião do Copom, os juros agora estão em 11%, acima dos 10,75% do início do governo Dilma, e em um patamar que consolida o Brasil como o campeão mundial dos juros reais, à frente de países como Turquia, Índia, Grécia, Colômbia e Polônia. Como se vê, o Brasil não possui mais “juros em nível civilizado”.