Em depoimento na Câmara dos Deputados, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou nesta quarta-feira (16) que as cláusulas omitidas no resumo para aquisição da refinaria de Pasadena (EUA), em 2006, não eram importantes, rebatendo declaração da presidente Dilma Rousseff de que o parecer era falho por causa dessa omissão. “Não houve nenhuma intenção de enganar ninguém.A posição não é só minha, mas da diretoria e do conselho que aprovou o projeto. Não existem decisões individuais nem na diretoria nem no conselho. Foi tudo baseado numa série de consultorias ao longo de mais de um ano”, disse.
A presidente Dilma havia criticado o resumo feito por Cerveró por omitir, na transação para compra de metade da refinaria de Pasadena com a empresa Astra Oil, a existência das cláusulas “Put Option” (que estabelecia que em caso de desacordo entre os sócios uma parte comprasse a outra) e “Marlim” (que dava à outra sócia uma garantia de rentabilidade mínima de 6,9% ao ano).
“A cláusula de saída, ‘Put Option’, é uma prática mais do que comum. A Petrobras tem centenas de participações, sempre com cláusula de saída. É isso que é a cláusula de ‘Put Option’, nada mais do que isso, não tem nenhuma relevância, não é um aspecto importante”, afirmou Cerveró.
“Não fui rebaixado”
O ex-diretor da área internacional da Petrobras defendeu a compra da refinaria e disse também que não foi “rebaixado” ao ser demitido do cargo em 2008 e remanejado para a diretoria financeira da BR Distribuidora.
“Eu não fui rebaixado, eu fui substituído, que é um processo normal das diretorias da Petrobras. Não há emprego de diretor, é uma condição especial. Da mesma forma que fui nomeado em 2003 fui substituído em 2008. É uma questão de conveniência, o conselho é que decide. Não houve nenhuma punição, inclusive na minha saída está registrado na ata do conselho uma série de elogios ao meu desempenho na área internacional”, afirmou Cerveró
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