O senador Alvaro Dias fez um apelo, na tarde desta terça-feira, ao governo federal, falando na Tribuna do Senado: que tome providências para evitar uma invasão do Movimento dos Sem Terra às terras produtivas mantidas pela empresa Araupel, localizada na cidade paranaense de Quedas do Iguaçu. O senador fez o pedido a partir de informações que recebeu do prefeito da cidade, Edson Jucemar Hoffmann, de que o MST estaria programando a invasão do terreno, o que pode levar à destruição das instalações administrativas, industriais e de reflorestamento mantidas pela empresa.
Segundo Alvaro Dias, 20% da população local dependem diretamente da empresa, especializada no beneficiamento de madeira com produtos de exportação. Além de gerar empregos, a mesma empresa assentou mais de 2.700 famílias na área ao redor da madeireira. O senador acredita que a invasão em terras produtivas tenha como objetivo a apropriação indevida de madeira, e classificou o movimento de “criminoso”.
Informações recebidas pelo senador do presidente da Associação Comercial de Quedas do Iguaçu, Reni Felipe, revelam que caso venha a se concretizar a propalada invasão do MST, cerca de 50% da economia local será afetada. Isto porque, como explicou Alvaro Dias aos parlamentares, a Araupel gera mais de mil empregos diretos e aproximadamente mil empregos indiretos.
“A Araupel é responsável pelo maior assentamento da América Latina. Mais de 2,7 mil famílias foram assentadas em 51.290 hectares. A empresa contribui fortemente nas áreas social, educacional, ambiental e econômica do município de Quedas do Iguaçu, por intermédio de projetos e de doações. Atua por mais de quatro décadas no município, e acaba de doar 98 mil metros quadrados para a instalação do Instituto Federal do Paraná. É uma empresa 100% brasileira, uma das maiores dos setores de reflorestamento e beneficiamento de produtos de alto padrão em madeira, exportando para os Estados Unidos e Europa. Portanto, é inexplicável essa ameaça do Movimento dos Sem Terra. Não podemos, de forma alguma, entender uma manifestação criminosa como essa. O governo federal tem que estar presente, e não pode fugir à responsabilidade de preservar a ordem, pois diz respeito ao interesse público, à população de uma cidade e de uma região no Paraná”, afirmou o senador.
Em seu pronunciamento, Alvaro Dias listou alguns dos benefícios que a empresa proporciona para os municípios de Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras e Rio Bonito do Iguaçu, tais como:
> A empresa recebeu importante prêmio importante: Expressão em Ecologia;
> Distribuiu três milhões de reais, como premiação, aos funcionários, pelo sucesso obtido pela empresa, o melhor dos últimos 9 anos;
> Planeja o investimento de 15 milhões de reais no ano de 2014 e a estimativa para os próximos anos é de 35 milhões ao ano em máquinas e equipamentos;
> Investirão em nova unidade no Paraná – geração de novos empregos;
> Previsão de 140 milhões de reais em investimentos nas duas unidades, nos próximos anos;
> Geração de 400 novos empregos diretos;
> A invasão significaria, para a empresa e para a comunidade, prejuízo também em matérias primas. Não há terreno improdutivo. A invasão se explicaria pelo roubo de toras e não pela utilização de terreno;
> A movimentação não tem conotação social, O objetivo é cometer crime;
> A empresa está associada em projetos sociais ligados à escolas, universidades, igrejas, APAE, Projeto Gente, e outras organizações no município;
> Facilita a aquisição da casa própria aos funcionários (mais de 1000 residências);
> Cede terreno para o 6º Batalhão da Polícia Militar através de comodato;
> Cede terreno, em comodato, para aterro sanitário para as prefeituras de Quedas do Iguaçu e Espigão Alto.
Ao final de seu discurso, o senador Alvaro Dias reiterou seu apelo ao governo federal, por intermédio da Presidência da República, da Casa Civil, do Incra, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para que tome providências de evitar a invasão programada pelos integrantes do Movimento dos Sem Terra.
“É hora de instalarmos a autoridade quando a autoridade constituída não se impõe, não se estabelece e não age com competência. Certamente a desorganização, a violência, o tumulto preponderam em prejuízo das pessoas de bem, das famílias honradas, que procuram ganhar o seu sustento através do trabalho, especialmente, nesse caso, esses trabalhadores, que atuam em razão da existência de uma empresa que tem a respeitabilidade do Paraná. O Brasil, através de seu governo, tem que preservar essa prerrogativa essencial do cidadão, que é o seu direito ao trabalho”, concluiu o senador.
Foto: Luiz Wolff