Na sessão da CPI Mista da Petrobras, em que o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), apresentou seu plano de trabalho aos parlamentares, o senador Alvaro Dias criticou a não inclusão, no primeiro momento, dos requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico dos envolvidos com as denúncias de corrupção na estatal. Segundo afirmou o senador, deixar este expediente fundamental ao bom funcionamento da comissão de inquérito para um futuro indefinido é apostar na protelação como forma de impedir que a CPI alcance resultados concretos.

“Os requerimentos de quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico são fundamentais para a boa investigação de uma CPI, mas eles não constam do roteiro preparado pelo relator. Nossa bancada apresentou 179 requerimentos, muitos deles pedindo a quebra de sigilo de dirigentes, ex-dirigentes e empresários envolvidos com as denúncias de falcatruas na estatal, mas se eles não forem votados logo, não chegarão tão cedo à comissão, pois leva muito tempo para vencer a burocracia do Banco central. Já tivemos CPIs em que as informações requeridas de sigilos bancários chegaram após o encerramento da comissão de inquérito. Portanto, é essencial que se possa deliberar com urgência sobre os requerimentos”, afirmou o senador.

O senador Alvaro Dias também requisitou do relator e do presidente da CPI Mista que criem sub-relatorias para auxiliar no trabalho de análise das informações, de acordo com os focos de investigação propostos no requerimento de criação da comissão. O senador defendeu a divisão dos trabalho em quatro sub-relatorias: compra da refinaria de Pasadena, denúncia de pagamento de propina a empregados da estatal, segurança nas plataformas de petróleo e construção da refinaria Abreu e Lima (PE). A intenção, segundo Alvaro Dias, é descentralizar a investigação, que está concentrada nas mãos do relator da comissão, o deputado Marco Maia.

Foto: Gerdan Wesley