O superfaturamento nas obras da refinaria de Abreu e Lima, a desistência do então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de sua parceria na construção por considerá-la irregular, a falta de respostas da Petrobras às 19 representações da oposição com denúncias de corrupção na estatal, e a definição das responsabilidades sobre a malfadada operação de compra da refinaria Pasadena, que gerou prejuízo bilionário para o País. Esses foram alguns dos questionamentos feitos pelo senador Alvaro Dias à presidente da Petrobras, Graça Foster, na reunião da CPI Mista realizada nesta quarta-feira (11).
O senador Alvaro Dias questionou o que ele chamou de “postura de leniência e complacência” do governo federal com todas as representações feitas por parlamentares da oposição para investigar denúncias contra a Petrobras, em casos como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e a Getúlio Vargas, em Araucária. “Foram 19 representações da oposição e não houve nenhuma providência do governo. Não é crime de responsabilidade fazer postura de paisagem diante de denúncias tão graves?”, questionou o senador, na audiência pública da Comissão que investiga denúncias contra a Petrobras.
Alvaro Dias criticou especialmente as análises do Tribunal de Contas da União (TCU) de superfaturamento na construção de Abreu e Lima, e manifestou seu inconformismo com a falta de atitude do governo com a identificação dos responsáveis pelas falcatruas cometidas na Petrobras.
“O governo olimpicamente ignorou as denúncias que desde 2009 apresentamos sobres irregularidades na Petrobras. E quando discutimos questões como o superfaturamento em obras como a Abreu e Lima, há uma queda de braço entre a diretoria da estatal e o TCU. Afinal, há superfaturamento ou não? Na ocasião da CPI da Petrobras de 2009, técnicos do TCU fizeram comparativos de preços e constataram que houve sim o superfaturamento na refinaria. Então não dá para aceitar essa posição do governo de cumplicidade. Quando falo em crime de responsabilidade, é porque esta é uma exigência da sociedade, de saber não apenas quem vai responder pelos desvios cometidos na estatal, mas principalmente, quem vai ressarcir aos cofres públicos todos os recursos que foram desviados”, questionou o senador na CPMI.