Apesar de os representantes do governo terem comemorado o bom resultado de Dilma na mais recente pesquisa Datafolha, nada indica que a intenção de voto na presidente tenha crescido após o início da Copa do Mundo. Quem afirma é o analista de pesquisas eleitorais José Roberto de Toledo, em seu blog no site do “Estadão”. Segundo ele, a pesquisa anterior do Datafolha, divulgada no início de junho, foi um “ponto fora da curva”, talvez porque tenha sido feita em meio a uma série de greves e manifestações que alteraram o perfil dos entrevistados pelo instituto.

De acordo com José Roberto de Toledo, Dilma no Datafolha retornou ao patamar em que estava na pesquisa de maio, entre 37 e 38%, mesmo resultado verificado pelos levantamentos do Ibope, que mostraram a presidente com 39% e 38%. Se forem levadas em conta as oito pesquisas de Ibope e Datafolha feitas desde abril, todas apontam Dilma entre 37% e 39% das intenções de voto – com exceção do levantamento do Datafolha de junho. A média das pesquisas feita pelo Estadão Dados aponta estabilidade desde abril, com a presidente na casa dos 37%, Aécio Neves (PSDB) com 21%, e Eduardo Campos (PSB) com 10%. Há 9% de eleitores dispersos entre os candidatos nanicos, e o restante – cerca de um quarto do eleitorado – não tem candidato, seja porque diz que vai anular/votar em branco, ou porque simplesmente não sabe responder.

Ainda segundo o analista José Roberto de Toledo, a evolução da média confirma a tendência de que haja segundo turno, porque a soma dos adversários dá 40% das intenções de voto, tornando improvável que Dilma obtenha maioria absoluta no primeiro turno. “Os eleitores que saíram do grupo dos sem candidato migraram maciçamente para a oposição. E entre os que permanecem dizendo que vão anular, a maioria avalia mal o governo Dilma. Se votarem em alguém, não deve ser nela”, diz José Roberto em seu blog.