O senador Alvaro Dias (PSDB/PR) se manifestou, por meio das redes sociais, sobre a indicação do professor Luis Edson Fachin para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. Leia a íntegra do que disse o senador:
“Durante estes 13 anos, combati o governo e seus desmandos com persistência e dedicação, com denodo e veemência. Mesmo nos momentos de alta popularidade dos Presidentes Lula e Dilma, eu os combati muitas vezes isoladamente. Como exemplo, cito o relatório paralelo que apresentei na CPI dos Correios, pedindo o impeachment de Lula. Fiquei só. Quantas representações protocolei junto à Procuradoria-Geral da República que se transformaram em inquéritos instaurados pelo Ministério Publico, entre elas 19 relacionadas à Petrobras. Fiquei exposto e fui muitas vezes caluniado pela guerrilha petista na Internet. Muitos dos brasileiros acompanharam meu trabalho e apoiaram sempre, mas muitos dos brasileiros que hoje rejeitam esse governo, não estiveram na nossa trincheira nestes anos do oba oba governista. Alguns políticos transformaram-se em oposicionistas da oportunidade, agora, e saíram de seus esconderijos para demonstrar inusitada coragem, em razão do desgaste histórico de quem preside o país. Sejam bem vindos os neo-oposicionistas. Assim, quem sabe, a raquítica oposição dos últimos anos, engorde. Faço essas considerações para enfatizar que recebo com humildade e paciência as críticas e até os ataques afrontosos que assacam contra mim neste momento por tentar agir com coerência e correção. Seria um oportunista indigno, se conhecendo a historia de vida do mestre de direito, jurista de reputação ilibada e notório saber, Luiz Edson Fachin, que tem o apoio da esquerda à direita dos que verdadeiramente o conhecem, a ele combatesse só para desagradar a já fragilizada Presidente. Razões para combatê-la não faltam, não preciso desse oportunismo. As opiniões divergentes merecem respeito, mas as aleivosias e inverdades não me arrastarão para o campo da injustiça e da incoerência. Em 2010 quando quase só, combatia a indicação do atual Ministro Toffoli, citava como nome exemplar o de Fachin, naquele momento preterido. Ser contra as teses do jurista é legítimo e democrático, mas repetir inverdades até à exaustão para desqualificá-lo não é honesto. Repita-se, ele não é petista, simplesmente porque fez opção de voto em 2010 como qualquer cidadão, ao contrario esteve na contramão do PT em momentos históricos como a campanha de Covas, a Constituição de 88, o Colégio Eleitoral com Tancredo, a eleição para a reitoria da Universidade Federal do Paraná, etc, e não é MST ou CUT. Como não é ruralista simplesmente porque integrou a Câmara Arbitral da Sociedade Brasileira e vem recebendo apoio de representações do setor, ou não é industrial por ter sido da Câmara de Arbitragem da FIESP. Eu poderia surfar nas ondas do inconformismo e da revolta e beneficiar-me com o aplauso fácil dos que combatem Fachin, mas seria indigno do apoio dos paranaenses que me conferiram quase 80% dos votos nas ultimas eleições. Vou continuar registrando as criticas, assimilando os ataques, mas com coerência desatenderei os apelos da paixão política que embalam a muitos neste momento de indignação nacional . Continuarei no combate. Ninguém será mais veemente contra a corrupção e os desmandos do governo. Mas para ter autoridade e credibilidade, não desperdiçarei a oportunidade de contribuir para que chegue ao Supremo Tribunal Federal alguém que certamente o honrará com atuação marcada pela imparcialidade, independência, competência e honestidade. E certamente os que hoje o criticam aplaudirão, aliás, como ocorreu com Joaquim Barbosa”.