Reportagem da revista Veja do último fim de semana revela em números as dificuldades atuais das famílias brasileiras com o atual cenário de inflação e alta descontrolada dos preços. A revista fez uma comparação entre os preços anunciados pelos supermercados e lojas nos dias atuais e há um ano, e a diferença entre os valores mostra o reajuste expressivo no custo de alguns itens de consumo comuns no cotidiano da classe média, sem falar na alta pesada no preço das tarifas de energia e água.

“O arrocho é ainda mais doloroso porque as famílias haviam se acostumado a um novo padrão de consumo, com viagens internacionais, carro novo na garagem, aquisição de produtos eletrônicos de última geração, saúde e ensino privados de melhor qualidade. A ascensão da classe média havia colocado o Brasil no radar das maiores empresas do mundo. O governo ajudou a impulsionar esse movimento, ao incentivar a concessão de crédito, sobretudo pelos bancos públicos. Mas a capacidade de gastar do brasileiro chegou a um limite”, afirma Veja.

Como revela a revista, o maior tormento atual para os orçamentos familiares é a inflação. O índice em doze meses está em 8,2%, muito acima do teto da meta oficial do Banco Central, que é de 6,5%. E ela não deve ficar abaixo de 8% antes do próximo ano, segundo analistas ouvidos por Veja: “O encarecimento de itens essenciais como a energia elétrica e a gasolina tira uma parte do orçamento doméstico. É possível gastar menos com supérfluos, mas não dá para cortar a eletricidade”, diz o economista da consultoria Tendências Rodrigo Baggi à revista. Segundo cálculos da empresa, hoje 67% da renda das famílias está comprometida com o consumo de bens e serviços essenciais, e outros 30%, com o pagamento de dívidas (o dado do Banco Central indica que essa fatia é de 22,4% e está crescendo). “A parcela de recursos que sobra para o consumo de outros bens é muito pequena. Além disso, a confiança das famílias está em um nível baixíssimo e não há perspectiva de melhora no curto prazo. Há muito pessimismo”, completa Baggi.

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