Na sessão plenária desta terça-feira (9), o senador Alvaro Dias fez referência à conversa que teve com Adriano Pires, sócio fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), na qual ambos fizeram observações sobre o novo pacote anunciado pelo governo federal. Segundo relatou o senador, Pires destacou que o anúncio feito por Dilma ocorreu em momento de extrema falta de credibilidade de sua presidência, conjugada à fragilidade regulatória e instabilidade política e econômica. Para Alvaro Dias, esses fatores somados se agravam na esteira do modelo de concessões até então adotado pelo governo, qual seja, de elevada dependência das grandes construtoras e de aportes do BNDES.

“Adriano Pires receia que diante da atual situação do País, os bons investidores internacionais – de boa reputação – mantenham a devida distância e não compareçam aos leilões. O consultor dimensiona que para o Brasil colocar sua infraestrutura nos eixos é necessário o investimento de 3% do PIB”, disse o senador.

No seu pronunciamento, o senador Alvaro Dias salientou impressão compartilhada com o consultor Adriano Pires, de que o governo da presidente Dilma, ciente de sua inoperância e de sua impopularidade, procura, com o “lançamento teatral” de um plano requentado para a área de infraestrutura, garantir nos veículos da mídia um momento de notícias positivas para seu combalido Governo. “Todavia, o histórico de realizações catastróficas de seu governo já ofusca qualquer tentativa de tentar transformar a gestão pública em espetáculo midiático”, disse o senador.

Alvaro Dias lembrou ainda que um exemplo de ineficiência do governo do PT foi o que ocorreu com o estabelecimento do novo marco legal para os portos:

“A lei dos portos que foi recentemente revogada e substituída por outra, foi apresentada à população como uma lei que atrapalhava o desenvolvimento do setor portuário ao impedir o investimento privado. Nada mais falacioso! A antiga lei dos portos em nada prejudicava o investimento privado, pelo contrário, incentivava-o. O que impediu o investimento privado nos portos foi um decreto, publicado pelo então presidente Lula, que regulamentou a lei dos portos e praticamente tornou impeditiva a construção de terminal portuário privativo de uso misto. Na realidade, bastaria a revogação do mencionado decreto para que o investimento fluísse naturalmente”, reforçou, destacando que, caso o governo Dilma revogasse o decreto para viabilizar o investimento privado nos portos brasileiros, deixaria claro que quem travou os investimentos foi o decreto publicado pelo seu antecessor. “Optou-se, então, por movimentar a máquina de propaganda do governo no sentido de propalar o argumento de que para destravar os investimentos no setor portuário seria necessário mudar o marco legal”, concluiu o senador.