A série interminável de índices recentes que mostram os maus resultados na economia brasileira levou os analistas das maiores instituições financeiras do País a fazer mais um ajuste em suas planilhas. O boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (29), trouxe nova piora nas perspectivas para os principais indicadores econômicos. Os analistas passaram a estimar que o Produto Interno Bruto de 2015 terá retração de 1,49%. A projeção está pior do que a taxa de 1,45% negativos calculada na semana passada. Essa foi a sexta piora consecutiva na previsão. Há quatro semanas, a mediana era de uma queda de 1,27%. Para 2016, a mediana das previsões caiu de 0,70% para 0,50%. Um mês antes, estava em 1,00%.
Neste novo boletim Focus, também houve forte queda nas estimativas para a produção industrial, que passou de uma queda de 3,65% em 2015 para uma baixa de 4,00%. Quatro edições da pesquisa atrás, a mediana das previsões para o setor fabril era de uma retração de 2,80%. Já para a taxa de juros oficial, depois de algumas semanas sem alterações, a mediana das projeções aponta que a Selic vai encerrar 2015 em 14,50% ao ano ante taxa de 14,25% vista até a semana passada. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.
As perspectivas para a inflação também não param de subir no Relatório de Mercado Focus. Para este ano, a pesquisa apontou piora do cenário para o IPCA em 2015 pela 11ª semana seguida, com a projeção subindo 0,03% e chegando a 9,00%. Na semana passada, o BC diminuiu levemente sua previsão para a inflação em 2016, e reforçou diversas vezes que segue comprometido com um IPCA em 4,5 por cento até o fim do ano que vem, sugerindo aperto mais duro nos juros para concretizar a tarefa. Mas no Focus, os economistas mantiveram a perspectiva para a alta dos preços em 2016 a 5,50%, ainda bem acima do centro da meta estipulada pelo governo.