O senador Alvaro Dias repudiou, na tarde desta quinta-feira (22), a omissão do governo brasileiro em relação à atitude do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de vetar a entrada em seu país do ex-ministro do STF, Nelson Jobim. O ministro foi indicado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como chefe da missão de observação da União das Nações Sul-americanas (UNASUL), que acompanharia as eleições parlamentares venezuelanas, programadas para serem realizadas em dezembro deste ano. O próprio TSE, em resposta ao veto do governo venezuelano, decidiu não participar da missão àquele país.

Para o senador Alvaro Dias, a atitude do presidente da Venezuela é uma afronta ao Brasil e ao nosso Poder Judiciário, e a omissão do governo brasileiro também merece o repúdio da sociedade. O senador disse ainda acreditar que o veto do presidente Maduro ao ministro Jobim é o prenúncio de uma possível fraude no pleito de dezembro.

“Por que o veto ao ministro Jobim? Qual é a razão deste veto? Este veto obviamente não ofende o ministro Nelson Jobim. Aliás, certamente melhora o seu currículo, porque, de onde vem o veto, não desvaloriza, ao contrário, valoriza. E o governo brasileiro não reage porque não tem autoridade para a reação, diante do fato de ser parceiro, de ser solidário, de ser cúmplice dos atos praticados por Maduro agora e antes por Hugo Chávez. O governo brasileiro do PT sempre foi solidário ao regime venezuelano. Esta é a razão do seu silêncio, em uma hora em que a reação deveria ser uma exigência de soberania. Sem dúvida, esse gesto de veto ao ministro Jobim é o prenúncio da fraude eleitoral anunciada. Não há como interpretar de outra forma”, disse o senador Alvaro Dias.

Em aparte ao discurso de Alvaro Dias, o senador Aécio Neves destacou que no episódio do veto ao ministro Nelson Jobim, houve uma palavra firme do Poder Judiciário, houve uma pronta ação do Congresso Nacional, que aprovou moção de repúdio contra o governo Maduro, mas não houve qualquer palavra do governo brasileiro. “O TSE merece aqui o nosso aplauso, pois se negou a participar de uma pseudoavaliação ou acompanhamento daquelas eleições já de cartas marcadas. Merece parabéns o Congresso por suas posições veementes, e a aprovação de uma moção que repudia a posição do governo da Venezuela. Mas merece repúdio o silêncio do Poder Executivo brasileiro. Com isso, o Brasil renuncia à sua posição natural, histórica, de líder da região, para se submeter a um regime que já perdeu todas as características de regime democrático”, afirmou o senador Aécio.