O senador Alvaro Dias participou de debate, no Plenário, sobre o documento apresentado pela Fundação Ulysses Guimarães, do PMDB, em que são propostas uma série de medidas visando a retomada do crescimento da economia brasileira. O documento, denominado “Uma Ponte para o Futuro”, gerou controvérsia entre senadores de diversos partidos, ao ponto de Alvaro Dias afirmar ter estranhado ver parlamentares do PT criticando as propostas de seu aliado, o PMDB, assim como outros do próprio PMDB que se colocaram contra as ideias apresentadas pelo próprio partido. O senador Alvaro Dias, além de afirmar que a polêmica é reveladora da complexidade da crise vivida atualmente pelo País, manifestou sua concordância com alguns pontos do documento.
“As críticas formuladas ao documento do PMDB revelam a enorme complexidade da crise vivida pelo País. Obviamente discordo de algumas propostas do partido e concordo com outras. Concordo, por exemplo, com a afirmação de que não se admite aumentar impostos, pois aumentar impostos é trabalhar contra a realidade, é dar uma trombada contra a realidade. Se estamos em crise, aumentar impostos é ampliar a crise e as dificuldades do País, é prolongar a recessão, a inflação e o desemprego. Esta proposta do PMDB, de se negar a dar apoio a qualquer ideia de aumentar tributos ou criar novos, tem integral apoio da oposição”, afirmou o senador.
O texto da Fundação Ulysses Guimarães começa fazendo um diagnóstico da economia do país. A “profunda recessão”, conforme classifica, começou em 2014 e “deve continuar em 2016”. “Dadas as condições em que estamos vivendo, tudo parece se encaminhar para um longo período de estagnação, ou mesmo queda da renda per capita”. O documento foi apresentado na última semana pelo vice-presidente da República, Michel Temer, durante encontro com jornalistas, no Palácio do Jaburu, em Brasília. As propostas, reunidas em um arquivo de 19 páginas, foram encaminhadas por e-mail para que os membros da fundação discutam com suas bases e apresentem contribuições no Congresso Nacional da entidade, marcado para o próximo dia 17 de novembro.
No Plenário, o senador Alvaro Dias criticou o fato de o documento não abordar a questão que, para ele, é fundamental para que o País saia da recessão que enfrenta atualmente. O senador afirmou que não encontrou no documento do PMDB qualquer sugestão sobre como impedir o crescimento descontrolado da dívida pública brasileira.
“A nosso ver, encontrar uma saída para a questão da dívida pública é essencial para vencer a crise. Um país que gasta 45% da sua receita apenas com o pagamento do serviço e dos juros da dívida pública, que já ultrapassa os 65% do PIB e que no final do ano chegará a 70%, não terá condições de vencer suas dificuldades. Este é o grande problema brasileiro. Se gastamos a metade do que arrecadamos apenas para pagar os juros da dívida, estamos com isso comprometendo setores fundamentais como saúde, segurança, educação, infraestrutura, entre outros. Entendo que o governo deveria reunir especialistas para discutir a questão da dívida pública. É preciso discutir e encontrar alternativas para termos uma administração mais competente da dívida pública. O que não dá é continuar desta forma”, afirmou o senador Alvaro Dias.