Em seu pronunciamento na histórica sessão deste dia 11 de maio de 2016, o líder do PV, Alvaro Dias, anunciou o voto “sim” à admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Rousseff, e disse ter a convicção de que a presidente da República cometeu crime de responsabilidade. Para Alvaro Dias, o relatório do senador Antonio Anastasia, elaborado com base nos pareceres da professora Janaína Paschoal e do jurista Miguel Reale Jr, conseguiu provar que a presidente feriu de forma visível os alicerces básicos da Lei de Responsabilidade Fiscal, mesmo tendo sido alertada da irregularidade da prática denominada de “pedaladas”.
O líder do PV destacou no Plenário que o processo do impeachment não começou agora, mas há alguns anos.
“Em 2005, em meio ao escândalo do mensalão, na CPI dos Correios, sugeri o impeachment do Presidente Lula. Naquele momento, em alta popularidade, não houve apoio. Fiquei só. Depois, os escândalos se sucederam, uma série de escândalos intermináveis: CPI’s, auditorias, representações ao Ministério Público Federal. Somente em relação à Petrobras, foram dezenove representações protocoladas pela oposição. Certamente se as providências adequadas fossem adotadas no tempo devido, hoje o País não estaria assistindo a esse monumental e histórico rombo nos cofres públicos da Nação. E certamente o povo brasileiro não seria vítima dessa crise sem precedentes, da inflação, da recessão, do desemprego que se alarga, empobrecendo o povo do País”, afirmou o senador.
Alvaro Dias afirmou também que, como consequência do desastre administrativo que foi o governo Dilma, uma investigação judiciária exitosa definiu, já no mensalão, um complexo e sofisticado esquema de corrupção atuando em nome de um projeto de poder de longo prazo, arquitetado por uma organização criminosa. E na esteira desses escândalos, ocorreu a insatisfação popular.
“O maior desserviço que se prestou à Nação, nos últimos anos, foi a banalização da corrupção. Mas agora eu vejo a fotografia do País com duas faces: de um lado, a indignação; e do outro lado, a esperança. De um lado, a indignação, a revolta e o protesto, fazendo com que o Brasil seja uma Nação em mudança. E essa mudança começa nas ruas, com multidões indignadas pedindo o impeachment da Presidente da República. E no embalo das multidões, a mudança chega a instituições essenciais ao Estado de direito democrático, em que estão fincados os alicerces básicos da democracia: Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Federal. E nós assistimos o nascimento de uma nova Nação, com a capacidade de indignação e a exigência de mudanças. E assistimos o surgimento de uma nova Justiça, substituindo aquele conceito arraigado de que a Justiça, no Brasil, alcançava apenas os pobres”, disse Alvaro Dias.