O senador Alvaro Dias rechaçou, na Comissão Especial do Impeachment, pedido feito pelos parlamentares defensores de Dilma Rousseff de que sejam incluídos no processo as gravações recentes que envolvem membros do atual governo Temer. O líder do PV disse, na reunião desta quinta-feira (02), que a questão de ordem apresentada pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e pelo advogado da presidente afastada, José Eduardo Cardozo, tem como objetivo apenas a obstrução dos trabalhos da comissão.
“A senadora Vanessa utiliza-se de expediente descabido, ao pedir a inclusão das gravações no processo. Se trouxermos à tona gravações atuais, também teremos que incluir neste processo outras gravações, como as que revelaram conversas comprometedoras entre a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. Portanto, as gravações atuais não interferem no processo, até mesmo porque os defensores da inclusão dos novos áudios são os mesmos que não querem que as conclusões obtidas com a operação Lava Jato sejam inseridas no julgamento do impeachment”, disse o senador.
Para Alvaro Dias, a Comissão do Impeachment está limitada à apreciação das chamadas “pedaladas fiscais”, um crime agora mais do que reafirmado pela nova apreciação dos técnicos do TCU sobre as contas do governo Dilma de 2015. “A nova apreciação dos técnicos do TCU será julgada no Plenário pelos ministros da Corte de Contas, configurando a utilização de outro expediente com créditos de R$ 1,5 bilhão que foram recolhidos pelo Banco do Brasil para saudar os compromissos referentes às pedaladas de 2014. Portanto, houve uma reedição das pedaladas em 2015. Não dá para aceitarmos expedientes que visam apenas a obstrução do processo”, afirmou.