O governo interino ainda não mostrou que medidas irá tomar para combater o crescente endividamento público do País, que sufoca as contas, ajuda a aprofundar a crise econômica e faz do presidente da República um mero tesoureiro, que apenas autoriza pagamentos, em vez de realizar investimentos capazes de reverter o drama do desemprego. Essa foi a opinião manifestada pelo senador Alvaro Dias após sabatinar o economista Ilan Goldfajn, indicado pelo governo Temer para a presidência do Banco Central.

Apesar de ter sido favorável à indicação e ter afirmado que era necessário dar um voto de confiança à nova diretoria do BC, o líder do PV reiterou sua crítica à falta de criatividade e efetividade, tanto do governo anterior como do atual, para solucionar o grave problema da dívida pública brasileira.

“A dívida pública é o grande gargalo para o país sair desta crise, é o desafio maior para a equipe econômica que assumiu. O que fazer? Até agora, não ouvimos, de governos anteriores e do atual, uma solução definitiva para a monumental dívida pública brasileira. No Orçamento estão consignados R$ 1,328 trilhão para o pagamento de juros e serviço da dívida, enquanto R$ 46 bilhões restam para investimentos, um contraste gritante e lamentável. Outras nações endividadas, como a Alemanha, gastam para a rolagem da dívida, proporcionalmente, a metade do que nós gastamos no Brasil. Qual é a alternativa? O que pensa o governo Temer? O que pensa a nova equipe econômica? São questões que ainda não foram respondidas, infelizmente”, criticou o senador Alvaro Dias.

Para o líder do PV, apesar da importância de se realizar a sabatina do presidente do Banco Central, o Congresso tinha que priorizar questões urgentes para a sociedade. Alvaro Dias disse, na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos desta terça-feira (07), que o País vive tragédia política e econômica sem precedentes, e os parlamentares precisam apresentar respostas rápidas para aplacar o drama enfrentado pela população.

“Podemos afirmar que o teto da casa é derrubado sobre as nossas cabeças, colocando-nos sob os escombros desse monumental escândalo de corrupção que sacode o País. Neste momento, em função das últimas notícias e providências adotadas pela Procuradoria-Geral da República, nós deveríamos estar aqui discutindo o que fazer para superar esse monumental impasse. Nós deveríamos estar discutindo as alternativas, entre elas, talvez, aquela que mais agradasse a população brasileira: a renúncia coletiva de todos os eleitos para a convocação de eleições gerais no País. Mas até essa sugestão acaba sem credibilidade porque, certamente, os brasileiros sabem que muitos não renunciariam”, afirmou o senador.