Em pronunciamento na sessão plenária desta quarta-feira (15), o senador Alvaro Dias elogiou a decisão do presidente Michel Temer de extinguir mais de quatro mil cargos comissionados da administração pública federal. O senador, que reiterou sua posição de independência em relação ao atual governo, disse que apoia as medidas que considera corretas e que beneficiam o conjunto da sociedade, entre elas, essa do corte de cargos, que deve gerar uma economia de mais de R$ 250 milhões por ano aos cofres públicos.
“Por diversas vezes já destaquei a nossa posição de independência em relação ao governo Temer, com o desejo sempre de destacar, de aplaudir, de apoiar e de defender as medidas corretas e, evidentemente, de condenar eventuais equívocos que possam ocorrer, com o objetivo do alerta, na esperança da correção de rumos. Por isso hoje destaco decisão do corte de quatro mil cargos comissionados. Mas é evidente que apenas esses cortes não bastam. Ainda é pouco. É preciso que o governo Temer vá além. Mas é preciso reconhecer que este é um primeiro passo importante na direção de estabelecer um rigoroso controle dos gastos públicos”, afirmou o Líder do Partido Verde.
Alvaro Dias destacou um pronunciamento feito pela ex-primeira ministra britânica, Margaret Thatcher, durante a conferência do seu partido em 1983, sobre o conceito da expressão “dinheiro público”. “Ao propor uma reflexão, Thatcher disse: ‘Não existe essa coisa de dinheiro público, existe apenas o dinheiro dos pagadores de impostos. Nós temos o dever de garantir que cada centavo que arrecadamos com a tributação seja gasto bem e sabiamente’”.
Vinte e cinco anos depois do discurso, lembrou o senador, a chanceler alemã, discursando para correligionários do Partido Democrata Cristão, logo após a falência do Lehman Brothers e a chegada da Grécia à beira do abismo, disse que as situações de falência e endividamento poderiam ter sido evitadas e que, para isso, bastaria terem perguntado a uma dona de casa da Suábia – que é uma região do sudoeste alemão e centro da ética de trabalho protestante – que ela teria explicado, com sua sabedoria comum, que no longo prazo não dá para viver acima de sua renda.
“No Brasil, hoje, a preocupação a respeito de como o Estado deve gastar o dinheiro do contribuinte não poderia ser mais atual. O contribuinte brasileiro hoje está pagando, com desemprego, inflação, juros altos e elevada carga tributária, a salgada conta deixada por um governo perdulário, que levou o País a um endividamento sem precedentes e a uma total incapacidade de investimento. Além disso, para se segurar no poder ao longo de treze anos, esse mesmo governo utilizou a corrupção como método para governar e angariar apoios. O debate sobre o dinheiro público deve ser enfrentado no Parlamento”, destacou o senador.