O líder do PV, Alvaro Dias, rechaçou pedido apresentado pelas senadoras Vanessa Grazziotin e Gleisi Hoffmann, de anulação do depoimento do procurador do Ministério Público no TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, dado à comissão do impeachment, no último dia 08 de junho. As senadoras afirmam que o procurador “não tinha a necessária isenção” para figurar como testemunha da causa. Alvaro Dias considerou a iniciativa absurda, e defendeu não apenas a isenção do procurador do TCU, como destacou o conhecimento que ele demonstrou sobre as pedaladas realizadas pela presidente Dilma e sua equipe.
“Ninguém está mais autorizado a oferecer informações a esta Comissão como testemunha que o Dr. Júlio. Obviamente, se ele não tivesse nenhuma ligação com o fato, não teria como contribuir. Obviamente, cabe a cada um dos juízes avaliar a competência das informações recebidas e a validade dessas informações, a juízo de quem julga. Não há como pretender anular um depoimento que consta dos Anais desta Comissão, que certamente terá, sim, a capacidade de influir na decisão de cada um”, disse o senador.
Além de reiterar que não havia consistência jurídica ou regimental no pedido de anulação do depoimento do procurador Júlio Marcelo, o senador Alvaro Dias afirmou que não há qualquer senador na comissão do impeachment que tenha mudado o posicionamento demonstrado anteriormente a respeito do crime de responsabilidade cometido pela presidente da República.
“Estamos cumprindo uma formalidade, porque a realidade aqui é que todos nós já temos uma posição formada, que é consequência de convicção construída ao longo do debate desta matéria. Nós percorremos um longo itinerário nos debates que precederam a admissibilidade, e desde então já foi formada a convicção do crime de responsabilidade premeditado que foi cometido. Ao final dos trabalhos desta comissão, se verificará que não houve alteração no posicionamento demonstrado na votação da admissibilidade, quando foram 15 votos pelo afastamento de Dilma e apenas cinco contrários. O placar deve ser mantido”, afirmou o senador Alvaro Dias.