Na reunião desta terça-feira (28) da comissão do impeachment, o senador Alvaro Dias reiterou sua posição de que a presidente Dilma cometeu crime de responsabilidade, agora comprovada pela perícia nos decretos, e defendeu que o sistema atual de governança seja sepultado com urgência. O senador rebateu os argumentos da defesa da presidente afastada, que alega que a presidente não era responsável pela edição dos decretos de créditos suplementares, que criou gastos sem autorização do Congresso Nacional.
Para Alvaro Dias, a presidente Dilma teve razões de sobra para ter conhecimento do que ocorria em seu governo, ainda mais porque ela foi a principal beneficiária do crime praticado, já que os recursos decorrentes das operações de crédito e das pedaladas contribuíram com a reeleição dela em 2014.
“A defesa alega que a presidente não tinha responsabilidade pelos atos, mas os decretos e as pedaladas dizem respeito à responsabilidade de quem preside o País. Em várias oportunidades a presidente teve conhecimento do que vinha ocorrendo, como na chamada rebelião de técnicos do Tesouro, que apontaram irregularidades que não poderiam persistir sob pena de que esqueletos seriam expostos. Portanto, não temos dúvidas em relação ao crime que foi cometido, cuja responsabilidade é da presidente da República”, disse o senador.
Na sua argumentação na comissão, o senador Alvaro Dias disse que o TCU já atestou a essência do crime de responsabilidade, e que agora, também a perícia designada pelo Senado da mesma comprova a existência desses crimes de pedaladas e de fraudes nos decretos. Para o senador, está evidenciado que houve dolo por parte da presidente da República, ainda mais pelo fato dela ter recebido alertas sobre a irregularidade dos atos.
“A presidente cometeu sim o dolo. E isso é consequência desse sistema de governança promíscuo, irresponsável, incompetente, que tem que ser urgentemente sepultado e substituído. Esse sistema atual permite a transferência da responsabilidade de quem se elegeu para presidir o País. Como pode a presidente não saber das coisas, não ter informação, e pior, não ter qualquer responsabilidade por seus atos?”, questionou o senador Alvaro Dias.