“Os defensores de Dilma querem transformar o denunciado em vítima e o acusador em réu. Essa é uma tática recorrente no mundo do crime”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, no início do segundo dia do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, na manhã desta sexta-feira (26). O senador lamentou as confusões e a aplicação de uma estratégia voltada a tumultuar o processo. Para Alvaro Dias, o espetáculo proporcionado pelos senadores não tem a grandeza do momento histórico vivido pelo País.

“A autocrítica é fundamental nesta hora. Eu entendo que o debate que travamos aqui não tem a grandeza do momento histórico que nós estamos vivendo e não alcança a maturidade alcançada por instituições essenciais ao Estado de direito, como o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal. Não alcança a maturidade que alcançou a sociedade brasileira ao se manifestar nas ruas deste País, exigindo mudanças radicais de comportamento, sobretudo da classe política. O que estamos discutindo aqui? É a desqualificação de testemunha. Desqualificar testemunha é uma prática recorrente utilizada fartamente no mundo do crime. Como é uma estratégia também, no mundo do crime, acusar quem denuncia como réu, e o denunciado passa a ser a vítima. Ora, aqui não. Este é tribunal político, um tribunal diferenciado. Mais importante, portanto, do que discutir se quem aqui vem é testemunha ou é informante é constatar a verdade. Deve prevalecer a verdade”, afirmou o senador Alvaro Dias.

No seu pronunciamento, o líder do PV lembrou que a presidente Dilma não está sendo julgada pelo que ela diz, mas pelo que fez no exercício do mandato. “Ela está sendo julgada pelos atos que praticou no exercício do mandato de Presidente da República e que, a nosso ver, são atos que consubstanciam, sim, o crime de responsabilidade, em afronta à Constituição, atingindo pilares básicos da Lei de Responsabilidade Fiscal e afrontando também este Poder da República, o Poder Legislativo”, disse.

No seu pronunciamento, o líder do PV lembrou que a presidente Dilma não está sendo julgada pelo que ela diz, mas pelo que fez no exercício do mandato. “Ela está sendo julgada pelos atos que praticou no exercício do mandato de Presidente da República e que, a nosso ver, são atos que consubstanciam, sim, o crime de responsabilidade, em afronta à Constituição, atingindo pilares básicos da Lei de Responsabilidade Fiscal e afrontando também este Poder da República, o Poder Legislativo”, disse.

Alvaro Dias defendeu a qualificação técnica e competência das duas testemunhas que compareceram no primeiro dia de julgamento da presidente Dilma, o procurador Júlio Marcelo e o ex-auditor do TCU, Antonio Carlos D´Ávila. “Os que vieram ontem estão mais autorizados do que qualquer outra testemunha a vir aqui falar e expor a sua opinião porque participaram ativamente desse processo, porque investigaram, porque tomaram conhecimento dos fatos, estudaram os fatos, analisaram os fatos e puderam inclusive opinar sobre eles de forma formal e legal. Não vejo como desqualificá-los como testemunhas. São as testemunhas mais adequadas, são as testemunhas mais legítimas, são as testemunhas mais autorizadas”, argumentou o senador, destacando que os defensores de Dilma Rousseff, no fundo, gostariam de poder indicar as testemunhas até da acusação. “A bancada que defende Dilma gostaria de indicar as testemunhas de acusação, mas é óbvio que não escalarão o time que não integram. É óbvio que gostariam que as testemunhas convocadas para acusação não tivessem conhecimento dos fatos”, concluiu.