O líder do PV, Alvaro Dias, foi um dos 61 senadores que votaram a favor do impeachment de Dilma Roussef, e por sua automática perda do cargo de presidente da República. Apenas 20 senadores votaram contra o afastamento de Dilma. Na mesma sessão, entretanto, por entendimento do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, foi realizada uma segunda votação, com relação à manutenção dos direitos políticos de Dilma Roussef.
O senador Alvaro Dias defendeu, na sessão, que a Constituição não podia ser rasgada com a imposição desse entendimento. O destaque, entretanto, foi colocado em votação e recebeu 42 votos sim, pela cassação dos direitos políticos da presidente afastada, e 36 não. Como eram necessários 54 votos favoráveis à inelegibilidade, os direitos de Dilma Rousseff foram mantidos. Alvaro Dias, que votou pela cassação dos direitos, criticou duramente a decisão do Senado.
“Depois do impeachment, tivemos uma votação incoerente na qual o Senado rasgou a Constituição com esse destaque amplamente inconstitucional. A Constituição é interpretativa e não deixa margem a dúvidas em relação à complementação da pena. A Constituição coloca como ocorrência da cassação do mandato a perda dos direitos políticos. Portanto, não havia necessidade de uma segunda votação. E não se trata de ser implacável, mas de cumprir o preceito constitucional. Além da Constituição ser rasgada, o Senado ignorou a lei complementar 64, que impõe a inelegibilidade. Ou seja, a cassação do mandato impõe perda dos direitos políticos, e ao decidir o contrário, houve desrespeito à Constituição e à lei complementar 64. Infelizmente, parece que muitos quiseram aplacar suas consciências, principalmente aqueles que participaram do governo Dilma e saíram quando o barco já estava afundando. Fizeram o que pensavam ser um ato de generosidade para aplacar suas consciências”, afirmou o senador Alvaro Dias.