O Líder do PV, senador Alvaro Dias, foi palestrante convidado do Congresso Internacional sobre o Direito do Agronegócio, realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, nesta terça-feira (22/11), na sede da OAB, em Brasília.
Para advogados, membros dos poderes e da sociedade civil, Alvaro Dias defendeu um olhar mais apurado dos governantes para a agricultura: “A OAB tem sido fundamental nesse momento de transformação do País, mas não está apenas de olho nos crimes que assolam os brasileiros; está também de olho na produção agrícola, que tem carregado a economia nas costas. Certamente, os advogados estão enxergando a importância desse setor fundamental, que garante superávit ao governo brasileiro, mas que não tem reconhecimento”, disse.
O senador disse que, apesar da falta de apoio técnico e logístico, os produtores rurais merecem aplausos, principalmente porque estão na lanterna dos investimentos em pesquisa, que são prioritários em países como China, Coreia do Sul e Alemanha: “Dos cinco milhões de produtores rurais brasileiros, 70% não têm acesso à tecnologia”.
Alvaro Dias desmentiu “falácias” atribuídas aos agricultores, como, por exemplo, a de que são eles os responsáveis pela destruição do meio ambiente; e disse que é grande, porém possível, o desafio de compatibilizar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. O senador criticou o protecionismo e as barreiras alfandegárias, que colocam nossa agricultura em desvantagem; cobrou do governo Federal a atualização do censo agropecuário (o último foi feito em 2006) para que sejam adotadas políticas adequadas; e lembrou o sucesso do programa Paraná Rural, desenvolvido por ele quando foi governador.
No Paraná Rural – um programa de manejo que estabeleceu bacias hidrográficas como limites – foram investidos U$ 350 milhões em quatro anos. Práticas agrícolas foram readequadas, a erosão hídrica foi estancada e o programa foi considerado modelo pela FAO, sendo transplantado para 18 países do mundo.
Para o senador, países desenvolvidos, que tanto cobram a preservação ambiental do Brasil, poderiam também celebrar acordos para abater a nossa dívida pública e acelerar o desenvolvimento: “Quem sabe a OAB não possa formular propostas para essas nações poderosas. E quem sabe o compromisso de preservação ambiental possa nos ajudar a superar problemas econômicos”, disse.