“Anistiar quem cometeu crime de caixa dois é algo execrável, é uma vergonha, é um acinte, um desrespeito ao Congresso Nacional e à sociedade brasileira”. A afirmação foi feita pelo senador Alvaro Dias, ao falar, na sessão plenária desta segunda-feira (28), sobre a tentativa de alguns deputados de garantir, na votação das medidas contra a corrupção, algum tipo de dispositivo que anistie o crime eleitoral de caixa dois. Para Alvaro Dias, os parlamentares precisam defender o Parlamento, e não ajudar com o seu achincalhe.

“O Parlamento brasileiro tem sido achincalhado em razão especialmente de algumas atitudes que não são amplas gerais e irrestritas, mas são localizadas e existem, como nessa questão de se anistiar o crime de caixa dois. A impressão que fica é que alguns políticos não percebem que o País está mudando, que há uma mudança radical e essencial neste momento. A classe política não faz a leitura correta do que deseja a sociedade. Nossa missão aqui, como parlamentares, é representar as aspirações da sociedade, e temos que repudiar propostas que estão na contramão do desejo da população, como a anistia a criminosos”, disse.

O senador Alvaro Dias afirmou que a Câmara precisa demonstrar maior transparência na votação do projeto das dez medidas. “É preciso saber quem está propondo algo como a anistia ao caixa dois, para que a população saiba identificar o representante dela que está agindo desta maneira”, afirmou. O senador disse ainda que o Congresso precisa priorizar matérias que são fundamentais para o momento político, como a PEC que impõe o fim do foro privilegiado. Para Alvaro Dias, aprovar esta proposta seria um avanço emblemático para o Brasil.

“Aprovar a PEC do fim do foro seria uma manifestação de vontade política de mudança irretocável, porque estaríamos eliminando os privilégios que nos foram concedidos generosamente pela Constituição de 1988. É preciso eleger prioridades e atender as aspirações dos brasileiros”, concluiu o senador, lembrando que está marcada para a próxima quarta-feira a sessão da CCJ em que será votada a PE 10/2013, que extingue o foro privilegiado para autoridades.