O senador Alvaro Dias anunciou no Plenário, nesta terça-feira (07), a doação, para a Biblioteca do Senado Federal, do livro “Porecatu – A guerrilha que os comunistas esqueceram”. A obra, de autoria do jornalista Marcelo Oikawa, como disse o senador, é emblemática para todos os estudiosos das lutas revolucionárias no Brasil, e resultado de um exaustivo trabalho histórico. Ao descrever a importância do trabalho do autor, Alvaro Dias citou resumo feito pelo professor da Universidade Federal do Paraná, Osvaldo Heller da Silva, que descreveu o itinerário da obra de Marcelo Oikawa:

“É uma narrativa vertiginosa do conflito que representou o momento maior da luta pela terra na região norte do Paraná. Foram duas décadas de pesquisas que oferecem a minuciosa reconstituição dos eventos marcantes que compuseram os sete anos de luta dos camponeses posseiros, secundados por militantes do Partido Comunista do Brasil, o PCB, contra jagunços, fazendeiros grileiros, apoiados pelas forças policiais do Paraná e mesmo de São Paulo”, citou o senador.

Alvaro Dias destacou que a chamada “Guerrilha de Porecatu” começou com a instalação de 300 posseiros em 1940 e que terminou com aproximadamente três mil em conflito em 1951, controlando uma área de 40km2 na região central do norte do Estado do Paraná.

“Como lembra o professor Osvaldo Heller, embalados pelo radical Manifesto de 1950 do PCB e sonhando com a vitória de Mao Tsé-tung, os comunistas queriam que o movimento fosse a fagulha que iria atear o fogo da revolução. Mesmo ao final sendo sufocado pelo cerco policial e resultando o re-assentamento de apenas 380 famílias em outras regiões, a luta armada de Porecatu será o ponto de partida de diversas lutas sociais que eclodiram no decorrer de toda a década de 1950 no Paraná e pelo Brasil afora”, declarou Alvaro Dias, que concluiu afirmando que a doação à Biblioteca do Senado em muito contribui para as investigações históricas que se fazem necessárias para que a população possa conhecer a verdadeira história do País, “com lances que ocorreram no seu vasto interior”.