Em um momento de crise e desemprego em massa, como pode a equipe econômica do governo falar em aumentar impostos? O questionamento foi feito pelo senador Alvaro Dias, na sessão plenária desta quinta-feira (30). Para o senador, o trabalhador, o aposentado, o empresário que paga impostos, não são culpados pela má gestão da administração pública, que levaram à crise sem precedentes enfrentada pelo País, e, portanto, não podem ser ainda mais sacrificados com novos aumentos de impostos.
“A população não está disposta a pagar mais impostos. A população exige profissionalismo na gestão e não um engano patrocinado por prepostos de grupos poderosos, que olham para o orçamento brasileiro como se olhassem para uma saborosa bola de presunto. Aumentar impostos agora é semear o infortúnio entre os brasileiros que trabalham porque é ameaçar um desemprego ainda maior. Aumentar impostos agora é uma trombada na realidade do nosso País, que exige investimentos, que exige alavancagem do processo de crescimento econômico para a geração de empregos. Hoje o desemprego é o grande drama da família brasileira, e ele não será combatido com aumento de impostos. É inadmissível, num período de crise que se aprofunda a cada passo, anunciar aumento de impostos”, disse o senador.
Em seu discurso, Alvaro Dias criticou a inexistência de qualquer proposta do governo para uma melhor administração da dívida pública, que sobe mês a mês e já ultrapassou os R$ 3 trilhões. O senador destacou que o governo apresentou sugestões de reformas da Previdência e trabalhista, mas não fez qualquer menção sobre a dívida pública. Dados apresentados pelo senador no Plenário mostram que a dívida atual consumirá neste ano 52% de tudo que o governo arrecada. De acordo com o Portal SIGA Brasil do Senado Federal, o pagamentos de juros e encargos da dívida em 2016 foi de R$ 280 bilhões. Para amortização e refinanciamento da dívida, R$ 1,075 trilhão. Somando os valores chega-se a R$ 1,355 trilhão. Para 2017, este número chegará a R$ 1,722 trilhão, um acréscimo de 27% na previsão orçamentária.
“Não é a reforma previdenciária que vai tapar os buracos abertos pela incompetência. Isso é cobrar um preço salgado de trabalhadores e aposentados que nada têm a ver com isso. O responsável pelo rombo no orçamento não é a previdência, nem os custeios do governo, mas o monumental aumento de recursos para pagamento da dívida pública”, afirmou o senador.
Alvaro Dias lembrou que um requerimento de autoria dele foi aprovado pelo Sendo pedindo ao Tribunal de Contas da União (TCU) uma auditoria na dívida pública brasileira. “Temos que saber que dívida é essa, quanto devemos, se parte já não foi paga. Obviamente são os bancos e banqueiros os maiores beneficiados com dessa divida que cresceu de forma irresponsável no últimos anos”, disse.