Na sessão desta segunda-feira (09), o senador Alvaro Dias voltou a cobrar a aprovação do requerimento de sua autoria que pede minuciosa auditoria do TCU no contrato celebrado entre os governos do Brasil e da Ucrânia para lançar de Alcântara (MA) o foguete Cyclone 4. Como destacou o senador, o Brasil gastou R$ 464 milhões no projeto para preparação do sítio de lançamento do foguete, mas no ano passado, enviou comunicado ao embaixador ucraniano em Brasília anunciando que iria romper o tratado. A empreitada pode causar prejuízos ainda maiores ao contribuinte por conta dos desdobramentos do rompimento do tratado binacional.
“No ano de 2015, protocolei requerimento de informações que até hoje não foi votado nesta Casa. Esse requerimento pedia ao Tribunal de Contas da União a realização de auditoria minuciosa na aplicação e no aproveitamento dos recursos orçamentários alocados para a implantação do sítio de lançamento do foguete Ciclone, no Centro de Lançamentos de Alcântara, um acordo Brasil-Ucrânia, e a participação da União no capital dessa empresa. Por que fizemos essa solicitação? Porque dados obtidos informam que a implantação do sítio de lançamento do foguete e a participação da União no capital da empresa custaram aos contribuintes brasileiros o valor de R$ 464.812.451,57. Entretanto, as obras não foram concluídas, o foguete não foi lançado, e o governo brasileiro extinguiu o tratado com a Ucrânia. E os contribuintes brasileiros, que, de fato, pagaram a conta, não têm sequer uma informação a respeito dos resultados práticos do tratado, nem se foi proveitoso esse investimento de R$ 464 milhões”, afirmou o senador.
Para Alvaro Dias, não é preciso nem mesmo realizar uma auditoria para se saber que não foi proveitoso o investimento de R$ 464 milhões de recursos do contribuinte no projeto deo foguete Cyclone. “Se as obras não foram realizadas, se o foguete não foi lançado e se o governo hoje busca entendimentos com outros países, pressupondo que houve, portanto, a extinção daquele acordo bilateral com a Ucrânia, é óbvio constatar que esses recursos não foram bem aproveitados. São recursos desperdiçados, como tantos outros bilhões de reais atirados pela janela da irresponsabilidade administrativa, da incompetência e da corrupção certamente. Ora, é preciso sempre repetir que dinheiro nas mãos dos últimos governos sempre foi vendaval, e, neste caso, o Maranhão deve ter sofrido um abalo sísmico em razão desse vendaval que levou R$ 464 milhões para os ares deste País”, afirmou.