Lula foi o arauto do sistema corrupto de governabilidade, afirma Alvaro Dias

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    “É assustador ou perturbador ver um cientista político escrevendo que o ex-presidente Lula é o candidato da ruptura. Eu não sei como ele pode ser o candidato da ruptura, se ele é o arauto desse sistema corrupto e incompetente, matriz dos governos incapazes, usina dos escândalos de corrupção que provocaram imensa indignação no País, escândalos apresentados aos olhos da Nação pela Operação Lava Jato”. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (15) pelo senador Alvaro Dias, em discurso no Plenário. O senador rechaçou o comentário de um cientista político, que defendeu a participação de Lula na campanha eleitoral, e disse que ele rompe o modelo atual de governabilidade.

    Para Alvaro Dias, quem merece os aplausos da sociedade no combate à corrupção não é quem institucionalizou o balcão de negócios como método de governo, mas quem cumpre seu papel na luta para colocar os corruptos atrás das grades.

    “Como um cientista político pode afirmar que o arauto desse sistema corrupto de governo, aquele que o institucionalizou, que o consagrou como caminho para um projeto de poder de longo prazo, pode ser apontado como o candidato da ruptura? Na verdade, quem merece os aplausos da sociedade, hoje, é o Ministério Público, é a Polícia Federal, é a Justiça Federal, que cumprem o seu papel de forma denotada, competente, responsável e corajosa”, afirmou o senador.

    No seu pronunciamento, Alvaro Dias disse que os elogios não devem ser dados ao arauto do sistema corruptos, mas sim à procuradora-geral da República, Raquel Dodge. O senador destacou no Plenário o fato de a procuradora ter encaminhado ao Supremo Tribunal Federal seu parecer contra a concessão de habeas corpus para impedir a prisão do ex-presidente Lula.

    “Prefiro Raquel Dodge ao cientista político. E ela afirma a consagração da legislação, o respeito à jurisprudência da Suprema Corte de que condenado em segunda instância vai para a prisão. E mais: afirma, taxativamente, que a prisão do Presidente Lula será a eliminação de uma perturbadora disfunção do processo penal brasileiro. Ela, sim, diz o que pensa a maioria dos brasileiros, mas respeita a lei para a consagração do Estado de direito. Os falsos democratas, aqueles que advogam a existência de um Estado de direito que ofereça a perspectiva do exercício da democracia na sua plenitude a todos os brasileiros, são os mesmos que querem violência contra a Constituição, contra a legislação e contra o Estado de direito, colocando alguém acima das leis no País. Não importa que seja ex-Presidente da República, a legislação tem que ser implacável com todos”, afirmou o senador Alvaro Dias.