“A imprensa é a vista da Nação. Por ela é que a Nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa e se acautela do que a ameaça”. A frase de Rui Barbosa foi citada pelo senador Alvaro Dias, na manhã desta quinta (14/3), na sessão em homenagem aos 98 anos do jornal Folha de São Paulo.
Na presença de diretores, editores e repórteres do jornal, Alvaro Dias falou sobre a importância da liberdade de imprensa e do papel fundamental da mídia ao denunciar irregularidades nos poderes: “A imprensa tem, sim, o poder de iluminar histórias obscuras, reacender memórias apagadas e restabelecer verdades distorcidas. Acompanhei durante muitos anos, nesta Casa do Congresso Nacional, a presença do jornalismo investigativo em momentos fundamentais para a limpeza exigida pela sociedade brasileira, especialmente nas CPIs como a dos Correios, a do mensalão e tantas outras. Mais do que nunca, neste momento, a imprensa tem que ser o retrato dessa realidade descrita por aqueles que vivenciaram a construção da democracia em várias nações do mundo. A difusão da informação é a verdadeira guardiã da liberdade. A ex-presidente da nossa Suprema Corte, Carmen Lúcia, não nos deixa esquecer que o analfabetismo político se vence com informação. Por isso, a liberdade de imprensa há de ser festejada sempre em todo o mundo”, disse.
Alvaro Dias também lembrou a importância do Diretor de Redação da Folha, Otávio Frias Filho, falecido no ano passado, responsável pela modernização do jornalismo brasileiro nos idos dos anos 80: “Ele transformou a Folha no maior e mais influente periódico do País, líder em audiência e circulação, um veículo crítico, independente, pluralista, necessário, eu diria imprescindível”.
Foto Thati A.Martins