Adiar a abertura de CPIs para depois das eleições é atitude respeito ao Senado e para impedir uso eleitoreiro das investigações. A opinião foi dada na manhã desta terça-feira (05/07) pelo Líder do Podemos, senador Alvaro Dias, em entrevista após a reunião de líderes com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Segundo Alvaro Dias, Pacheco decidiu, após consultar as lideranças, que todas as CPIs que estão aguardando no Senado terão seu requerimento de criação lido, mas a instalação ocorrerá apenas após as eleições de outubro.

“Essa é uma atitude de respeito sobretudo com a sociedade, porque em um ambiente eleitoral exacerbado como ocorre hoje, nós teríamos um confronto desnecessário, desgastante, que certamente colocaria o Senado muito mal. Até porque as investigações em relação ao MEC já prosseguem, com a Procuradoria Geral da República agindo com independência. A Polícia Federal até já chegou a realizar prisões e todo dia apresenta fatos novos na investigação. Portanto, em uma CPI o Senado trabalharia apenas em cima de fatos resultantes do trabalho especializado dos profissionais da PF. Se queremos investigar desdobramentos desta investigação, podemos instalar CPI depois das eleições. Essa é a vontade da maioria das lideranças”, afirmou o senador Alvaro Dias.

Para o Líder do Podemos, o fato de o presidente do Senado ter afirmado que a CPI do MEC será instalada apenas depois das eleições não fará com que o assunto “esfrie”. Na verdade, segundo Alvaro Dias, o assunto deve até esquentar durante a campanha eleitoral.

“Eu não creio que esfrie, até porque a campanha eleitoral vai esquentar, mas o que não se pode permitir é o palanque armado no Senado para desgastar as instituições. O papel da CPI é muito mais o de provocar a área judiciária para que cumpra o papel da investigação do que propriamente investigar. Os especialistas da Polícia Federal e do Ministério Público Federal possuem mais expertise para esse trabalho de investigação do que nós aqui no Senado Federal”, afirmou Alvaro Dias. “Maturidade política é agir com serenidade, é levar essas investigações para depois das eleições, e não tumultuar o ambiente. Teremos um outro ambiente de maior eficiência e eficácia depois das eleições. Tumultuar e não apresentar resultado concreto não adianta. Respeitar a instituição e protegê-la é nosso papel”, concluiu.

Assista a entrevista abaixo