A presidente Dilma, em sua conta no Twitter, festejou o encontro que teve com líderes de partidos aliados, onde conseguiu firmar um pacto para que o Congresso não aprove projetos que impliquem em aumento de gastos ou redução de receitas da União. Dilma celebrou o que chamou de “pacto pela responsabilidade fiscal”, segundo ela, “imprescindível para dar continuidade aos programas governamentais”. Mas o mesmo governo Dilma que cobra do Congresso que não gere novas despesas, é o que passou todo o ano de 2013 enviando projetos e medidas provisórias ao Legislativo que geraram elevação de gastos, iniciativas que contrastam com o atual discurso de austeridade.

Segundo levantamento do jornal “Estado de S.Paulo”, as propostas que a presidente Dilma enviou ao Congresso este ano provocaram um impacto de R$ 96,3 bilhões nas contas públicas. O cálculo do jornal contempla aumento de despesa em relação ao previsto no ano e as propostas que envolvem renúncia de arrecadação. De acordo com o “Estadão”, a contradição entre discurso e ação ficou explícita no próprio dia da reunião com líderes. No mesmo dia em que parlamentares se comprometeram a não ampliar gastos, eles aprovaram, por orientação do governo, a criação de uma estatal para programas de extensão rural e aumento do quadro de funcionários do Dnit. Cálculo do “Estadão” mostra que as exposições de motivos apontam um impacto de R$ 29,5 bilhões em 2013.

Para 2014, os aumentos de gasto e renúncias de receita chegarão a R$ 24,4 bilhões pelos cálculos informados pelo governo ao Congresso. Serão outros R$ 20,9 bilhões em 2015. Há propostas de Dilma que continuarão gerando efeitos nos próximos anos. É o caso do aporte de R$ 15 bilhões que o Tesouro Nacional foi autorizado a fazer na estatal Valec. A despesa ocorrerá à medida que as ferrovias forem licitadas e começarem a ser construídas. O governo se comprometeu a antecipar parte da receita futura dos concessionários ainda na fase de construção das linhas. Leia mais no “Estadão”.