Para tentar reduzir o rombo que o próprio governo causou nas distribuidoras de energia, e para evitar um aumento na conta de luz em um ano eleitoral, o Ministério da Fazenda anunciou um pacote de socorro às empresas elétricas, que deve chegar a R$ 12 bilhões. O governo Dilma quer evitar que sobre para os consumidores a conta da forte estiagem que atinge o Brasil, e para adiar o impacto no bolso da população e evitar que a contabilidade feche sem “sangrar” o Tesouro, haverá aumento de imposto nos próximos meses. O pacote será desmembrado. A maior parte do dinheiro, R$ 8 bilhões, virá de um financiamento bancário à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), onde é negociada diariamente a energia disponível das geradoras às distribuidoras. Outros R$ 4 bilhões do pacote virão dos cofres públicos – serão aportados pelo Tesouro Nacional no principal fundo setorial, a Conta de Desenvolvimento de Energia (CDE). No ano que vem, a Aneel vai fazer um balanço dos custos das distribuidoras em 2014, levando em conta o buraco de R$ 12 bilhões que será fechado pelo pacote, e “transferir” para a conta de luz. “A impressão que dá é que se deixou para depois de novo. A leitura do mercado é que o governo, para ganhar a eleição, está deixando tudo para depois”, disse ao jornal Estado de S.Paulo o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.