Documentos apreendidos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato indicam que o esquema de desvio de dinheiro não teria ocorrido somente na Petrobras, mas pode ter se estendido também para outros setores. Com o envolvimento das maiores empreiteiras do país na quadrilha do petrolão, a mira da operação Lava Jato pode chegar também ao setor elétrico e revelar nova faceta do escândalo: o “eletrolão” . De acordo com levantamento do site Contas Abertas, as empresas envolvidas no esquema de corrupção são responsáveis por pelo menos dez obras do setor de energia do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). Os dez empreendimentos estão localizados nas regiões Norte e Nordeste, em estados como Piauí, Maranhão, Bahia, Pernambuco, Rondônia, Pará e Tocantins. Oito obras são referentes a usinas hidrelétricas e duas a aproveitamentos hidrelétricos. O Ministério de Minas e Energia faz o acompanhamento do andamento das iniciativas.

Segundo reportagem do jornal “O Globo”, a Polícia Federal encontrou uma planilha da Hidrelétrica de Jirau na mesa de João Procópio de Almeida Prado, apontado como o braço direito do doleiro Alberto Youssef. Segundo a PF, Youssef era o chefe do esquema de lavagem de dinheiro investigado pela Lava Jato, que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. O documento, ao qual o Jornal Nacional também teve acesso, é o “demonstrativo de resultado”, com a contabilidade da empreiteira Camargo Corrêa. Jirau é a hidrelétrica construída no rio Madeira, em Rondônia. A Camargo Corrêa foi uma das sócias do consórcio que arrematou a concessão, mas já vendeu a participação dela. Entre sexta e sábado da semana passada, três executivos da Camargo Corrêa foram presos, na sétima fase da Operação Lava Jato, que, no total, já levou 23 à prisão.

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