No primeiro discurso em plenário depois de reassumir o mandato, depois de quatro meses de licença sem remuneração, o senador Alvaro Dias (PSDB/PR) agradeceu, nesta segunda-feira (08/12), a confiança do eleitorado paranaense que o reelegeu com a maior votação proporcional do País e respondeu aos questionamentos sobre a ausência no Senado Federal: “Optei pela licença para que o meu suplente, Professor Wilson Matos, pudesse assumir o mandato e exercê-lo integralmente, já que, em campanha eleitoral, eu estaria impedido de fazê-lo. A opção foi em respeito à sociedade, àqueles que depositaram o seu voto de confiança nas eleições. Entendi que era a oportunidade para o contato direto com as pessoas do meu Estado, porque uma campanha eleitoral não existe apenas para pedir o voto. Ela deve ser um momento especial para uma interação maior do representante com os representados, uma oportunidade para se colocar o termômetro e medir a pressão das aspirações populares, um momento para recolher os sentimentos – e, nessa hora, sobretudo os sentimentos de indignação do povo brasileiro diante dos escândalos de corrupção que lamentavelmente enxovalharam as instituições públicas deste País”, disse.
Alvaro Dias relatou o quanto foi emocionante ouvir, nas ruas, o drama das pessoas desfavorecidas; conhecer mais de perto o sofrimento daqueles que são desassistidos em razão de serviços públicos deploráveis no País, além de partilhar dos sonhos e esperanças do eleitorado: “Eu devo agradecer à população do Paraná pela generosa manifestação de confiança, numa votação histórica, a maior votação da nossa história, que muito me honra, mas, sobretudo, transfere uma enorme responsabilidade, que me fará mais dedicado ainda, mais estudioso e, sobretudo, mais respeitador. O agradecimento é extensivo a todos os brasileiros que também participaram, de forma direta ou indireta, dessa campanha eleitoral no meu Estado, através, sobretudo, das redes sociais, com uma manifestação de apoio empolgante, que sempre muito me emocionou. Muito obrigado mesmo”.
Senadores que estavam na sessão plenária desta segunda deram as boas vindas a Alvaro Dias. “Várias vezes, eu tive que explicar aos nossos amigos e aos nossos eleitores por que Alvaro Dias não estava presente na tribuna do Senado, como sempre fez ao longo dos oito anos do seu mandato. E todos compreenderam, perfeitamente, que Alvaro Dias estava licenciado, sem remuneração, para se dedicar, integralmente, à campanha eleitoral. Não à sua, que era uma campanha fácil, mas o senador Alvaro Dias foi consagrado justamente por uma votação histórica pelo mandato que desempenhou. A sua campanha pela reeleição não esperou os últimos momentos depois da convenção. O senhor, ao longo de todo o seu mandato, se destacou como um orgulho para o nosso Partido, para o PSDB, para o povo do Paraná e para o Brasil, como um dos melhores parlamentares que passaram pelo Senado em toda a sua história”, disse o líder do PSDB, senador Aloysio Nunes.
“Senador Alvaro, bem vindo ao retorno a esta Casa, que é sua, agora com mais legitimidade, porque 77% dos votos válidos do Paraná têm um significado muito especial e isso se deve ao reconhecimento que os eleitores do seu Estado e também do País têm pela sua atuação exemplar aqui no Parlamento”, disse a senadora Ana Amélia (PP/RS).
Petrobras
No discurso, o senador destacou que volta ao Senado quando o País está sendo sacudido pelas investigações judiciárias, conduzidas pelo juiz paranaense Sérgio Moro, e rememorou o caminho trilhado desde 2009 para denunciar no Congresso a corrupção na Petrobras: “Durante esses anos, especialmente a partir de 2009, a Petrobras foi alvo de preocupações maiores da oposição. Por essa razão, em 2009, depois de tantas denúncias da tribuna, recolhemos assinaturas para a instalação de uma CPI e, como a maioria governista impediu a investigação, entramos com 18 representações na Procuradoria-Geral da República. Muitas delas possibilitaram a instauração de inquéritos pelo Ministério Público Federal. Em 2012, também denunciamos na PGR as irregularidades na refinaria de Pasadena. Mas creio que, independentemente de fatos pretéritos, nesta hora, o mais importante é apoiar a investigação judiciária, apoiar a Polícia Federal, apoiar o Ministério Público e o Poder Judiciário, para que ocorra a responsabilização civil e criminal daqueles que assaltaram os cofres públicos, dilapidaram este patrimônio extraordinário do povo brasileiro que é a Petrobras e não podem permanecer impunes”.