Os brasileiros já entraram em 2015 pagando mais pela energia elétrica que consomem em suas residências. Desde a última quinta-feira, dia 1º do novo ano, já está em vigor no País o novo sistema de bandeiras tarifárias e 2015 começa com alta de 3 reais por 100/quilowatts/hora (kWh) nas contas de luz. Agora, as distribuidoras são obrigadas a colocar na conta de luz uma sinalização sobre a situação do sistema elétrico descrita por meio de uma cor. Se a bandeira estiver vermelha isso significa que a situação climática está ruim e as empresas estão arcando com custos elevados. Isso custará um adicional de 3 reais a cada 100 quilowatts/hora (kWh) na conta do consumidor final. Se estiver amarela, é um nível intermediário, com alta dos custos, mas não incontroláveis como no cenário vermelho. Neste caso, o custo adicional será de 1,50 real a cada 100 kWh. Por fim, se verde, a bandeira indica que o sistema elétrico está sob controle e não há necessidade de cobrar a mais do consumidor.
O natural é que as despesas extras das distribuidoras sejam bancadas pelos consumidores via reajustes e revisões tarifárias, mas não foi bem isso que aconteceu em 2014. De olho no impacto que a aceleração da inflação poderia significar em ano eleitoral, o governo avalizou junto ao Tesouro e a bancos públicos e privados dois grandes empréstimos às empresas do setor. Até agora, o desequilíbrio nas contas das companhias elétricas já acarretou em rombo de aproximadamente 28,3 bilhões de reais, sendo que 10,5 bilhões de reais foram bancados pela União e outros 17,8 bilhões financiados por bancos. Os valores não sairão de graça: serão pagos pelos consumidores ao longo dos próximos três anos por meio de reajustes tarifários. Já o que saiu dos cofres do Tesouro entra na conta do contribuinte.