No início de seu segundo mandato no Ministério da Saúde, o ministro Arthur Chioro voltou a defender a criação de uma contribuição para financiar o setor, que compensaria o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), diante da dificuldade econômica atual. Em entrevista ao ‘Estado de S. Paulo’, Chioro defende a necessidade de o governo federal dar garantia, para a sociedade, da sustentabilidade do sistema de saúde, e para isso, segundo ele, seria preciso ampliar o financiamento deste serviço, com a criação do novo imposto.
O senador Alvaro Dias, por diversas vezes nos últimos anos, se manifestou contrário à criação de um novo imposto ou pela reativação da CPMF. Para Alvaro Dias, a intenção de criar um novo imposto é uma confissão de incompetência administrativa do governo do PT, já que, afirma, o problema da saúde pública não é de dinheiro, mas, sim, de gestão, agravado pela corrupção e pelo desvio de bilhões de reais que deveriam ir para o sistema.
“É fácil para este governo falar em criar ou recriar impostos. O que tem sido difícil para ele é falar em realizar uma reforma administrativa, em adotar programa de controle dos gastos públicos e combater implacavelmente o superfaturamento de obras e a corrupção. Portanto, falar em recriação da CPMF é uma afronta, um escárnio, é subestimar a inteligência da população, é um acinte às pessoas de bem que trabalham duro para pagar impostos, muitas vezes sem poder pagar, porque pagam impostos demais. O Banco Mundial, há algum tempo, realizou um diagnóstico e concluiu que o problema da saúde pública brasileira é a incompetência de gerenciamento, a ausência de planejamento e organização e a desonestidade, com o desvio de bilhões de reais. Não há, então, por que criar novo imposto, ainda mais quando se verifica que ano a ano a receita com impostos cresce, e cresce significativamente. O dinheiro para o serviço de saúde pública de qualidade está depositado nos cofres da União, tem origem nos tributos recolhidos pela Receita Federal. Falar em novo imposto? Não! Decididamente, não!”, afirmou o senador Alvaro Dias.