O jornal paranaense Gazeta do Povo, em sua edição desta quarta-feira, publica editorial em que critica os cortes feitos pelo governo federal no orçamento do Ministério da Educação. Para o jornal, os cortes orçamentários, somados aos últimos resultados do Enem, mostram os buracos no discurso governista da “pátria educadora”.
“Nem sempre existe correlação direta entre o montante de recursos aplicados e os resultados que dele se tiram. Bilhões de reais são anualmente jogados no lixo da corrupção, do desperdício e da ineficiência dos governos ineptos que se sucedem. Por isso, costuma sobrar muito pouco para que o dinheiro entregue pelo contribuinte ao Tesouro se transforme em obras ou serviços públicos em quantidade compatível e qualidade aceitável. Portanto, não nos surpreendamos tanto com o corte de R$ 7 bilhões no orçamento do Ministério da Educação: numa gestão séria e responsável, muito provavelmente tais recursos, embora vultosos, fariam menos falta do que supõe a vã filosofia. Mas a gestão atual, como todos sabemos, não é séria e responsável.
Entretanto, o corte é mais que suficiente para verificarmos que se trata de mais um dos erráticos passos tomados pelo governo de Dilma Rousseff e de seu antecessor e padrinho, Lula da Silva. A poda do dinheiro para o que muitos consideram um dos mais essenciais deveres do Estado revela um visível sintoma de que, a despeito do slogan que lançou dias antes para batizar sua disposição de fazer do Brasil uma “pátria educadora”, a presidente não precisou de mais que duas semanas para dar demonstração de pouca devoção à promessa solene que fez no discurso de posse – ironia lembrada pela própria direção do Museu Nacional da UFRJ, na nota em que justificava o fechamento temporário da instituição, a maior do gênero na América Latina, por falta de dinheiro até para pagar os serviços de limpeza e portaria”, diz o jornal em seu editorial.
Leia aqui o editorial da Gazeta do Povo na íntegra.