Em pronunciamento no Plenário, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) afirmou que se o governo federal não tivesse agido com descaso e até mesmo irresponsabilidade diante das denúncias apresentadas pela oposição sobre irregularidades na Petrobras, bilhões de reais não teriam sido desviados pelo esquema de corrupção instalado na estatal. No seu discurso, nesta quinta-feira (19), o senador voltou a destacar o fato de ter apresentado 18 representações ao Ministério Público, em 2009, relatando diversos problemas e irregularidades em obras e projetos da Petrobras, como, por exemplo, o superfaturamento nas refinarias de Abreu e Lima e Getúlio Vargas.
Para Alvaro Dias, se o Poder Executivo tivesse tomado as providências necessárias naquele momento, o País não teria visto bilhões escoarem pelo ralo da corrupção, e a Petrobras não teria caído da 12ª para a 120ª posição mundial em valor de mercado empresarial.
“Em 2009, nós batalhamos aqui para chegarmos à instalação da CPI da Petrobras. Imagine o quanto o País teria deixado de perder, se, em razão das revelações do relatório paralelo produzido pela oposição naquela CPI, que gerou 18 representações com denúncias das mais graves em relação à administração da Petrobras, o governo tivesse adotado providências. Mas nenhuma providência o Poder Executivo adotou. E que a Presidente da República não diga que não foi informada dos desvios, dos delitos praticados, das irregularidades constatadas. Se providências tivessem sido adotadas, a Petrobras não estaria no chão. Se as providências tivessem sido adotadas, o prejuízo não seria esse monumento à corrupção que se consagra no Brasil na atualidade. O povo brasileiro não teria perdido o tanto que perdeu”, reiterou o senador.
Para Alvaro Dias, o momento não é de se instalar uma nova CPI da Petrobras, até porque, como afirmou, a investigação judiciária avançou e quebrou a caixa-preta, revelando todas as mazelas das gestões subsequentes na estatal. “Nós temos é de louvar, aplaudir e dar sustentação política ao trabalho que realiza o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça Federal. Esse deve ser o dever do Parlamento brasileiro nesta hora. E, com noção de oportunidade, avançar investigações em outras áreas ainda não alcançadas”, concluiu Alvaro Dias.