Na semana em que foram reveladas informações sobre empréstimos do BNDES ao exterior e os brasileiros tiveram acesso a detalhes obscenos de diversas operações de crédito a países alinhados ideologicamente com o PT, o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu elevar a taxa de juros Selic para 13,75% ao ano e agravar ainda mais a crise financeira que atinge em cheio todos os setores da economia brasileira.
O gigantesco contraste entre as taxas de juros cobradas nos empréstimos concedidos a outros países, que somam aproximadamente R$ 40 Bilhões apenas nos últimos 08 anos, e os juros exorbitantes que milhões de brasileiros pagam para instituições financeiras constitui apenas uma das muitas faces da lamentável realidade brasileira, pois o aumento da taxa Selic tem efeitos devastadores em uma economia que já se encontra na “UTI”.
Índices de desemprego em níveis alarmantes, endividamento familiar acima dos 62%, escassez de crédito e recessão econômica são reflexos de uma conduta política que por muitos anos apostou na exacerbação do consumo e na oferta de crédito desmedida como propaganda eleitoral ilusionista, e que agora é confrontada com a realidade. Ou seja, a economia brasileira está em frangalhos, há muitos anos o país deixou de investir na infraestrutura logística e de produção, o remédio amargo é dado a todos os contribuintes brasileiros, o tesouro nacional é acionado para cobrir buracos nas contas do BNDES.
Diante deste cenário que se parece com um enredo de ficção, tamanho contrassenso contido nestas informações, é fundamental pararmos para pensar na importância da transparência das informações e na publicidade dos atos governamentais. Devemos reconhecer que nada disso estaria sendo discutido agora se não fosse uma “Guerra Política” que é travada no Congresso Nacional há mais de 10 anos, pois desde 2005 o Senador Alvaro Dias batalha pela abertura da caixa-preta do BNDES. Além do uso da Lei de Acesso à Informação, ele recorreu ao Supremo Tribunal Federal, através de um mandado de segurança, para ter acesso aos empréstimos secretos do banco, especialmente para Cuba e Angola, onde a corrupção permeia todo o aparato estatal. O exercício da oposição, que nem sempre encontra eco na opinião pública, e basta lembrar que à época das primeiras ações contundentes de Alvaro Dias referentes ao BNDES o ex-presidente Lula gozava de mais de 85% de aprovação popular, não é tarefa fácil, mas os resultados do trabalho focado no combate a corrupção são muitos e beneficiarão todos os brasileiros. (Gustavo-Assessoria)